Revistas podem se transformar em softwares?

Para mim, esse é o conceito que está mais forte por trás do fato das revistas estarem preparando versões para e-readers. O conceito não é novo (as tais versões para CD-Rom podem ter esbarrado lá), mas a vinda dos e-readers ao mercado, principalmente iPad, neste primeiro semestre de 2010 promete acelerar esse processo – de ver as revistas como softwares.

Aliás, a grande relevância do iPad não está em substituir o papel como suporte para leitura, mas em transformar as publicações em softwares.

Um exemplo próximo é a CNN, que não trata o seu aplicativo para iPhone como uma mera transposição do site. O aplicativo não é a CNN na TV nem a CNN na web. É uma terceira coisa – a CNN como software, no caso um aplicativo para celular. Não é uma mera transposição. Não é sem motivos que o aplicativo possui várias “funções inteligentes” que permitem entregar conteúdo mais adaptado à ocasião e localização em que o usuário se encontra.

Esse conceito também está por trás da apresentação de John Makinson, diretor geral da Penguin Books, comentada há duas semanas, aqui, no blog, a respeito dos “livros-aplicativos” no lugar dos ebooks. De certa maneira, é o conceito de ver livros como softwares, no caso, aplicativos.

Por essas e outras, esse 1º semestre promete ser provocador para as editoras. Um exemplo de quanto o mercado está ansioso pelo lançamento do iPad foi dado por Alexx Henry. O fotógrafo produziu um vídeo conceitual sobre como poderia ser uma versão para iPad da Viv Mag.

Eu achei um pouco complexo e mais do mesmo, aproximando-se de “especiais multimídia” já existentes, mas acompanhado da questão tátil, de tocar na tela, nativa do iPad, pode causar outra experiência. Vale a pena dar uma olhada. Segue abaixo.

http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=10207926&server=vimeo.com&show_title=1&show_byline=1&show_portrait=0&color=00ADEF&fullscreen=1

Veja também: O jornal que não é mais jornal

13 respostas para “Revistas podem se transformar em softwares?”.

  1. sou artista plástico, mas sou levedo a pensar que logo logo tenho que entrar nessa.
    basta pensar, no meu trabalho “exposto” num telão em que o cliente aprecie o trabalho interativamente! Haja $$$ e neurônios!

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    1. @Ivonesio Ramos

      É verdade, existe essa questão de portfolio e trabalhos de artistas.

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  2. Quem não esta dentro, está de FORA!!!!!!!!

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  3. Tiago,

    Aqui em Belzonte a gente fala “chique demás” 🙂
    Valeu o post, vim pelo retweet da DeLuca.

    Sucesso! @Horacio_BH

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  4. já que vc arrancou meu comentário, sabe quando vou abrir de novo esta página??????

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    1. @Ronald

      Não entendi.
      Os comentários do blog são moderados, não entram no ar logo depois que você comenta.

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  5. Tiago:
    A pergunta e o vídeo são realemtne provocativos… pois questionam conceitos que até o momento tinhamos como absolutos e imutáveis: Revista!!! O que é uma revista? ou o que é um Jornal? Todos estes meios de comunicação sofrerão mutações para se adaptar as tecnologias interativas que estão sendo amplamente disponibilizadas… e mudanças sempre são boas pois nos fazem repensar tudo e em muitos casos gerar soluções mais inovadoras e úteis.
    Como comentou o Ivoneisio… isto impacta não somente nos meios de comunicação, mas também nos artistas, designers, ilustradores, programadores, etc… o que abre novos mercados, principalmente para os que se derem conta das mudanças muitoantes dos outros e se adaptarem a elas mais rapidamente. Ou seja: Começe a pensar e trabalhar para esta mudança social.
    Lembrei da frase do Charles Darwin: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”
    Abraço

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    1. @Franz Figueroa

      Sim, conceituar as publicações como softwares exige uma mudança de estratégia. O básico continua, mas há algumas mudanças.

      abs

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  6. […] Confira também a proposta do fotógrafo Alexx Henry, de como poderia ser uma versão da revista  Viv Mag para iPad. Sem dúvida um conceito bem diferente do que estamos acostumados a uma revista, mas muito  interessante.  (visto no blog do Tiago Doria) […]

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  7. Agora os idiotas de plantão que tanto criticaram o Ipad no seu lançamento vão começar a entender para o qué veio realmente e por que o Steve o chamou de revolucionário e mágico. Qdo foi anunciado logo de cara saquei que a idéia não era fazer deste produto um laptop touch como muitos pensavam e queriam e sim uma verdadeira estação multimídia que mudaria totalmente o jeito de consumo de mídia e principalmente de noticias que agora poderão ser consumidas em tempo real e de uma forma mais interativa. Agora é só dar asas a imaginação para prever os inúmeros benefícios e o novo universo de possibilidades que está sendo aberto com a chegada do Ipad.

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  8. O melhor de tudo isso é que os estigmatizados blogueiros tornam-se cada vez mais relevantes e necessários; os “nerds” da programação tornam-se a espinha dorsal do negócio e os jornalistas arrogantes que ainda predominam nas redações vão ficando jurássicos e descartáveis. Isso porque a maioria deles sempre desprezou a tecnologia. Ou está com nós ou está contra nós – e pode incluir o Murdoch nessa leva.

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  9. […] potencializa a relevância do desenvolvedor na indústria de música, livros, jornais, revistas, e até na de filmes e séries. E também ajuda a colocar o antigo “nerd programador” […]

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  10. […] potencializa a relevância do desenvolvedor na indústria de música, livros, jornais, revistas, e até na de filmes e séries. E também ajuda a colocar o antigo “nerd programador” em pé de […]

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