
Aquele pensamento inquestionável de que a internet e as mídias digitais, por si só, são ferramentas democratizantes está cada vez mais caduco.
Durante o Seminário sobre Liberdade de Expressão e Democracia promovido pela Revista Imprensa, em maio, em São Paulo, comentei que quem pesquisa ou acompanha essa área precisa ter em mente que essas ferramentas são neutras. Tanto podem ser usadas para restringir como para incentivar a liberdade de expressão.
Citei o caso recente da Moldávia, onde forças locais de segurança foram acusadas de criar falsos perfis no Twitter com informações inverídicas para gerar um ambiente de instabilidade e desinformação não somente interno como internacional.
Neste final de semana, no caderno Aliás, do Estadão, saiu um artigo interessante, traduzido do Washington Post, que toca um pouco nesse assunto, do lado B da internet, sobre o quanto regimes autoritários começam a aprender a usar essas mídias em seu favor.
Hoje soube da existência do site Gerdab, onde autoridades iranianas ou simpatizantes do governo de Mahmoud Ahmadinejad postam fotos dos recentes protestos nas ruas do Irã. O site pede que os usuários ajudem a identificar as pessoas que estão nas fotos para depois facilitar a sua entrega às autoridades de repressão. É o crowdsourcing a favor do governo nada democrático de Ahmadinejad.
Crédito da foto: Conson
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