Jornalismo cidadão não existe

Jornalismo cidadão existe?

Veja o que Eduardo Arcos, que não é jornalista (seria considerado “cidadão-jornalista” pelos mais teóricos), escreve sobre o assunto em seu blog, o ALT1040, um dos mais respeitados em língua espanhola. Pelo menos, não sou o único a achar o termo desnecessário.

“O jornalismo cidadão não existe. É um termo, uma etiqueta, uma tag, um chavão inventado por pessoas (ligadas ao jornalismo tradicional) para tentar racionalizar o fato de que agora, especialmente graças à grande disponibilidade de certas tecnologias de hardware e software (internet, câmeras digitais, de vídeo, smartphones, telefones com câmera), as pessoas podem publicar conteúdo que tenha caráter informativo.

(…) Não se trata de uma concorrência entre ‘blogueiros e jornalistas’, menos ainda uma guerra ‘TV vs internet’, se trata de começar a considerar melhor e respeitar mais as pessoas que publicam na internet.

Creio que tão pouco estamos interessados em que nos chamem de jornalistas (porque não somos), o que estamos interessados é que se encontrarem uma notícia por meio de, por exemplo, Twitter, blogs e YouTube, sejam suficientemente sensatos e aprendam a dar crédito a pessoa e não à ferramenta de publicação. (diferente de algo como ‘crédito: YouTube’ ou ‘crédito: internet’)

Em poucas palavras, se trata de construir um ambiente de respeito mútuo. Nem mais nem menos”.

Crédito da foto: Robert Scales

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19 respostas para “Jornalismo cidadão não existe”.

  1. Muito bom! Nada como alguém que entende do negócio.

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    1. @Luisa

      É meio que um desabafo do Eduardo. Gostei também.

      abs

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  2. Concordo com Eduardo Arcos. Se cada um se preocupar em tratar o outro como gostaria de ser tratado tudo seria mais fácil. Imagine a seguinte situação: um jornalista escreve um artigo sobre arquitetura e é classificado por um arquiteto de profissão como amador… Seria um “Arquiteto Cidadão”?

    Tiago, parabéns pelo blog… sempre relevante.

    abs,

    MM

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    1. @Marcelo Minutti

      Obrigado, Marcelo!

      abs

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  3. O que existe pra mim, que sou cidadão antes de ser jornalista, é a informação com qualidade. Muito legal a reflexão.

    @fabiosan

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    1. @Fábio Santos

      Sim, acho que a grande questão é qualidade e relevância.

      abs

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  4. Se é um termo desnecessário, o que é necessário então!?
    Temos que pensar que, para a criação de um espaço colaborativo/participativo/, é necessário designar, dar nomes… até pra não deixar o antigo consumidor de informação fora de um contexto. Web 2.0 tudo bem. É o único termo/chavão que deve cair no esquecimento…
    Mas se tudo é chavão, o que é útil?!
    Considero isso muito vanguarda, de quem quer ser diferente. Cuidado que você pode estar indo para o mesmo caminho com o discurso do Alt1040, blog de respeito que as vezes que ser trendsetter demais.
    Se o iReport não é jornalismo cidadão, por exemplo, ele é oq?

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    1. @Rodrigo Bueno

      Para mim, o iReport não deixa de ser jornalismo. Participação do leitor, ou “jornalismo cidadão”, já existe há um bom tempo no jornalismo, a diferença é que hoje pode ser em larga escala.
      Um exemplo são programas de rádio que até hoje dão um banho de interatividade, de ambiente colaborativo, em muito projeto auto-intitulado de jornalismo cidadão, que não é algo novo.

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  5. Sou contra esses termos web 2.0, jornalismo cidadão, web 3.0, acho que eles servem para complicar mais ainda quem quer entender a internet.

    Muito bom o texto do Eduardo Arcos!

    []`s

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    1. @Bruno

      Pois é, web 2.0 e jornalismo cidadão são dois termos que praticamente explicam a mesma coisa.

      “racionalizar o fato de que agora, especialmente graças à grande disponibilidade de certas tecnologias de hardware e software (internet, câmeras digitais, de vídeo, smartphones, telefones com câmera), as pessoas podem publicar conteúdo que tenha caráter informativo” (ou não)

      abs

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  6. Jornalismo cidadão não existe:
    Veja o que Eduardo Arcos, que não é jornalista (seria considerado “cidadão.. http://tinyurl.com/dzunkt

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  7. Concordo com Eduardo Arcos no post dele quando ele diz que deve-se construir uma atmosfera de respeito mútuo. Se os “jornalistas cidadãos” ou “amadores” não receberem créditos pelas mídias tradicionais e não receberem o devido respeito como internautas, a proposta de se construir um conteúdo de forma colaborativa na internet, principalmente no jornalismo, vai por água a baixo.

    Parabéns pelo post Tiago, considero muito importante a reflexão sobre o “jornalismo cidadão”. Vejo que a participação da audiência na internet, pelo menos nos sites dos grandes veículos hoje não recebe a atenção devida.

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  8. Jornalismo cidadão não existe(post de @tdoria q traz boa reflexão) http://tinyurl.com/dzunkt

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  9. […] membro da comissão de triagem deste ano, Tiago Dória, escreveu um post chamado “Jornalismo cidadão não existe” em que o termo jornalismo cidadão é questionado por um blogueiro espanhol. Leia mais esse […]

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  10. […] que a verdade sobre esses novos fenômenos, que muitas vezes em essência não são tão novos (jornalismo cidadão, mídias sociais, blogs etc.), esteja no meio termo. Por um lado, o desmantelamento facilita a […]

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  11. Jornalismo Cidadão não é qualquer informação passada para o cidadão, é a informação que trata de assuntos da realidade desse cidadão. O que ele enfrente na sua comunidade, com a falta de energia, educação, transporte,etc.. é o meio que da acesso ao cidadão mostrar essas situações a sociedade.
    Desde a decada de 1950 alguns veículos já praticavam disponibilizavam espaço que noticiavam problemas nas comunidades. Na época da ditadura militar os veículos não podeiam expressar suas opiniões, nem os cidadões. Em 1988 com o fim da ditadura a mídia teve um espaço “livre” para enfrentar e mostrar as coisas qual antes calavam.
    Apesar do Jornalismo Cidadão ter sido criado nos Estados Unidos e de ser praticado lá não deixa de existir. Aqui no Brasil é que se pode ser chamado de duvidoso pelo fato de vivermos em um país totalmente sem noção, qual oo prorpios governantes são corruptos, assim podemos também dizer que a ditaduta ainda existe com a diferença de naquela epoca não podia falar tudo o que se pensa e hoje pode falr mas com a cabeça alienada e coprada e transformada em seres alienados vindo de uma lavagem celebral para se aceitar aquilo que é modismo e satisfatorio par a minoria.
    Então meu caro colega é importante não confundir Jornalismo e suas caracteristicas com informações qualquer.
    bjs Simone Selva

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  12. Em um dos comentários postados aqui, foi dito que jornalismo cidadão seria “a informação que trata de assuntos da realidade desse cidadão. O que ele enfrenta na sua comunidade, como falta de energia, educação, transporte, etc… é o meio que dá acesso ao cidadão mostrar essas situações à sociedade.”

    Segundo a Wikipédia, “deve-se atentar que Jornalismo Cidadão não é sinônimo de Jornalismo Cívico, que é o jornalismo profissional caracterizado pela cobertura jornalística dos veículos de imprensa voltada para o cidadão.”

    “Jornalismo Cidadão, ou Jornalismo Colaborativo, Jornalismo Open Source ou ainda Jornalismo Participativo é uma idéia de jornalismo na qual o conteúdo (texto + imagem + som + vídeo) é produzido por cidadãos sem formação jornalística, em colaboração com jornalistas profissionais. Esta prática se caracteriza pela maior liberdade na produção e veiculação de notícias, já que não exige formação específica em jornalismo para os indivíduos que a executam.”

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