Xbox biométrico

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Estamos num período de entressafras no mercado de games. Começam a sair de cena os antigos consoles, entram os novos. Depois de Sony e Nintendo, com PS4 e WiiU, chegou a vez de a Microsoft apresentar a nova versão do Xbox, chamada Xbox One.

A nova versão é a consolidação do que o seu antecessor estava prestes a se tornar – um aparelho capaz de transformar qualquer TV em uma “smart TV“.

O Xbox One é uma mistura de set-top-box, utilitário de comunicação e console de games, tendendo bem mais para o primeiro. Não é à toa que a Microsoft apresentou o novo aparelho num evento fora da conferência de games E3.

O Xbox não é somente sobre games.

A integração com a TV foi aperfeiçoada (é possível controlar a TV por meio de voz), diversos serviços espalhados foram melhor conectados – Netflix, Hulu Plus, Xbox Video service e Amazon Prime Instant Video. De quebra, o novo Xbox se aproxima de um utilitário de comunicação (a integração com o Skype foi reforçada, possibilitando realizar videoconferências pela TV).

A tática faz sentido. A cada dia, há menos valor em ter uma caixa dedicada exclusivamente para games, tanto que grande parte dos usuários do Xbox utiliza o aparelho para atividades além dos jogos (segundo a Microsoft, 40% das atividades no Xbox são relacionadas a consumo de vídeos e navegação na web).

Entretanto, o que mais chamou a minha atenção no anúncio da Microsoft foi um detalhe – a nova versão do Xbox será capaz de medir as batidas cardíacas do usuário.

Para tal atividade, o Xbox One utilizaria uma tecnologia semelhante a uma desenvolvida por alunos do MIT em 2011, em que o ritmo do coração é medido por imagens (tecnologia óptica) e não pelo contato físico.

Achei interessante porque isso é uma coisa que a gente vai ver cada vez mais daqui para frente – biotecnologia/biometria misturada a serviços de internet e entretenimento misturado à área de saúde.

Por coincidência, no mesmo dia em que a Microsoft anunciava as novidades, acontecia no Vale do Silício uma conferência sobre inovação tecnológica na área de saúde. Além das oportunidades que são abertas à medida que biologia e tecnologia são mescladas, um dos principais debates mostrou que, no setor de saúde, o diagnóstico e o monitoramento remotos são duas realidades sem volta.

E a funcionalidade do Xbox One de monitoramento cardíaco abre possibilidades justamente nesta área. Imagine o uso dela em regiões e com pessoas em terapia que têm problemas de mobilidade? Desenvolver um aplicativo médico que se aproveite dessa funcionalidade faz bastante sentido, mais ainda se levarmos em conta que o novo Xbox funciona como uma extensão natural da vida doméstica.

Outra possibilidade que já faz crescer os olhos das emissoras de TV é o uso da tecnologia de monitoramento cardíaco do Xbox One para mensurar a repercussão e aceitação de um programa.

Daqui a alguns anos, medir a recepção online de um programa de TV apenas e tão somente por meio de likes e hashtags vai fazer menos sentido.

Xbox One e monitoramento do coração. São pequenos detalhes num produto e que dizem muita coisa sobre o que pode acontecer num setor.

Uma resposta para “Xbox biométrico”.

  1. Cada vez mais, novas tecnologias para nós usufruirmos.

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