Clayton Christensen, professor de Harvard e um dos papas da inovação, ficou ainda mais conhecido em 2003 ao argumentar que o sucesso do BlackBerry vinha do fato de permitir que aproveitássemos ao máximo os intervalos de tempo livre durante o dia.
O BlackBerry (e seu poderoso sistema de email) era uma ótima companhia enquanto esperávamos pela consulta médica, no caminho de casa para o trabalho, na espera pela conta do restaurante. Para Christensen, os concorrentes diretos do BlackBerry não eram outros celulares, mas sim atividades que também ocupassem esses espaços de tempo, como fazer anotações, ler um trecho de uma revista, ficar à toa olhando para os lados.
Da mesma forma que o BlackBerry, os games móveis têm a capacidade de ocupar esses intervalos. Segundo estudo feito pela Mocospace, rede social sobre games, 83% das pessoas jogam esse tipo de game enquanto esperam por um compromisso e 72% no caminho de casa para o trabalho.
Assim como se dá nas áreas de notícias e de plataformas de redes sociais, o mobile é o principal responsável pelo aumento do consumo de jogos. Uma das últimas referências desse mercado é o Draw Something – você desenha alguma coisa na tela do iPhone ou do tablet e a pessoa do outro lado (usuário aleatório ou amigo) tem que adivinhar o que foi desenhado. É uma espécie de jogo da forca, mas com desenhos.
É um ótimo acompanhante para esses momentos de tempo livre citados por Christensen. Em uma semana, Draw Something conseguiu 9 milhões de usuários e a produtora OMGPOP, responsável pelo jogo, foi adquirida pela Zynga, produtora de Farmville.
O apelo de Draw Something está na simplicidade. Mas não dá para negar, talvez seja, atualmente, um dos games que melhor mescla coisas que, de forma crescente, fazem parte do nosso dia a dia – telas sensíveis ao toque de mão, mobile e disputados espaços de tempo livre.
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