Como a Fox incentivou a pirataria

Mais um sinal de que algumas empresas podem dar dois passos para frente e um para trás.

Há um bom tempo, nos EUA, a Fox disponibilizava na web alguns de seus programas 24 horas após irem ao ar na TV. No entanto, no último mês, foi tomada a decisão de que os programas estariam na web somente 8 dias após serem exibidos na TV.

Imagina esperar uma semana para assistir a um programa que você acabou de ver na TV?

A intenção da FOX era preservar o índice de assinantes e a receita de publicidade na TV.

Segundo um estudo do TorrentFreak, que monitora o compartilhamento de arquivos na rede, cinco dias após a decisão da FOX ser colocada em prática, houve um aumento significativo no número de “downloads ilegais” de programas da emissora de TV.

Downloads do seriado “Hell’s Kitchen”, por exemplo, aumentaram em 114%.

É quase não impossível fazer uma relação entre o aumento de programas baixados em sites de torrent e a decisão da FOX.

No cenário atual, por si só, a decisão da FOX não é lá muito inteligente, pois “deseduca” um público que, cada vez mais, estava acostumado a utilizar o próprio site da emissora e serviços como Hulu e Netflix para acessar o conteúdo. Serviços que, diga-se de passagem, são considerados legais.

O mesmo TorrentFreak vem levantando a bola há alguns meses de que o número de downloads ilegais de programas de TV e filmes vem caindo depois que serviços como Netflix e Hulu passaram a aumentar a quantidade de conteúdo oferecido e a fornecer uma experiência melhor que os “sites piratas de downloads”.

Ou seja, a decisão da FOX ignora que as pessoas estão, acima de tudo, atrás de facilidade, de ter uma boa experiência com o conteúdo.

As pessoas não pararam de assistir TV. Aliás, elas vêm assistindo como nunca. Contudo, essas mesmas pessoas agora querem poder assistir a um programa quando, onde e como quiser.

Veja também: Quem está usando e abusando dos sites de streaming

2 respostas para “Como a Fox incentivou a pirataria”.

  1. Genial Tiago. Vou compartilhar no face agora mesmo. By the way temos interesses semelhantes. Eu estudo, pesquiso e blogo sobre Estudos de Televisão e Cultura Transmídia. Vou ficar honrada se me fizeres uma visita 😉
    Abraço, Sheron.

    http://www.facebook.com/pages/Meditations-in-an-Emergency/147134732032504

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  2. É isso mesmo. É até mais fácil de visualizar usando a música. O iTunes se destaca, pelo menos lá fora, pois é uma forma fácil de baixar e pagar pela música. A facilidade é a chave. Mas a mentalidade de produtoras/gravadores/canais de TV está atrasada ainda.

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