Algumas pessoas me pediram para comentar a série de lançamentos que a Apple fez nesta semana. A expectativa estava em torno do lançamento de uma nova versão da Apple TV, aparelho que transmite filmes, seriados e vídeos para a televisão.
A Apple TV ficou menor, mais barata e agora trabalha apenas com streaming de conteúdo.
Para mim, o que ficou mais evidente com o relançamento foi a diferença de estratégia entre Apple e Google. Aliás, para entender o relançamento da Apple TV, é necessário voltar alguns meses, para maio, quando foi feito o anúncio do lançamento da Google TV.
Diferente da Google TV, que deseja ser o centro da sala de estar, substituindo os aparelhos existentes, a Apple TV trabalha com a ideia de coexistência. É um aparelho a mais na sala de estar. Na realidade, a intenção é ser uma opção a mais de conteúdo, além da TV cabo, fornecendo streaming de filmes e seriados com preços entre US$ 0,99 e US$ 4,99.
Durante o lançamento, Steve Jobs, fundador da Apple, soltou 2 indiretas sobre a Google TV, deixando evidente a diferença de estratégia entre as duas empresas.
1) Quando as pessoas sentam no sofá para assistir TV, elas não querem “conteúdo amador”, mas “conteúdo profissional”, em HD. Filmes e seriados.
A Google TV tem como proposta justamente trazer o conteúdo do YouTube (amador) para a TV.
2) As pessoas não querem o computador na TV. Elas não querem ter mais um computador.
A Google TV tem como principal estratégia transformar a TV em um computador (com navegador, buscador, aplicativos etc).
Contudo, pelo que percebi, o que causou burburinho mesmo foi o lançamento do Ping, que acrescenta diversas funcionalidades de rede social ao iTunes.
Você pode montar um perfil, expor os seus gostos musicais, seguir e ser seguido por outras pessoas. O serviço é apresentado como uma “nova rede social de música”.
O Ping acrescenta um elemento social às compras na iTunes. Seu círculo social passa a ter uma maior influência sobre as suas compras.
Na realidade, essa estratégia não é muito nova. O Zune, da Microsoft, tentou fazer isso (unir compra de música online + social), mas, por ter uma base pequena de usuários instalada, ainda não conseguiu avançar muito.
O Ping, ao contrário, já nasce com uma potencial base de 160 milhões de usuários, visto que funciona “dentro” do iTunes.
Porém, pelo que testei, o serviço está bem longe de substituir redes sociais de música existentes, como a Last.fm. Para começo de conversa, o Ping funciona apenas em países onde existe a loja online de música da Apple (a AppStore brasileira vende apenas aplicativos. Ou seja, o Brasil está fora). Além disso, não fornece streaming completo das músicas.
Em suma, ao que tudo indica, não vai tomar tão cedo o lugar da Last.fm, que, diga-se de passagem, possui uma base maior de usuários.
O que o Ping tem de interessante é que ele acrescenta mais um “sistema de relevância” em nosso dia a dia (algo que comentei no post sobre a caixa prioritária do Gmail). Em meio a tantas opções de músicas, o Ping atua como um filtro. Seus amigos e artistas preferidos indicam quais músicas são melhores para comprar. A partir do que você e os seus contatos escutam, o Ping recomenda músicas que merecem ser ouvidas (compradas) na loja online da Apple.
Veja também: Maioria não sabe o que é iPad. Apple explica be-a-bá



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