A web tem 7 vidas

Chris Anderson, editor da Wired e autor de best-sellers como Cauda Longa e Free, mostrou, uma vez mais, que sabe chamar a atenção na web. No artigo publicado, nesta terça-feira, na Wired “The Web Is Dead: Long Live the Internet”, Anderson afirma que a “web está morta”.

O autor toma como base um infográfico indicativo de que a maior parte do tráfego da internet vem de vídeos e troca de arquivos p2p e não da web em si.

Segundo Anderson, de forma crescente, as pessoas estão utilizando aplicativos e não mais navegadores para acessar o conteúdo da internet.

De certo modo, a matéria faz sentido. Quanto mais surgirem produtos que trabalhem com uma das principais caraterísticas da internet, ser device agnostic, mais a acessaremos por meio de diversos dispositivos, sem necessariamente sermos obrigados a utilizar navegadores.

Mas, a partir disso, achar que a web morreu são outros quinhentos.

Por si só, o BoingBoing acabou com o argumento da Wired e de Anderson. A matéria se apóia em um infográfico com dados da Cisco que se mostrou totalmente impreciso. Sem contar que banda nem sempre é o melhor (ou único) parâmetro para mensurar consumo.

Não dá para comparar 100MB de vídeo com 10MB de emails. É natural que vídeos sejam responsáveis pela maior parte do tráfego da internet. Gastem mais banda do que os emails, por exemplo. Mas isso não quer dizer que as pessoas não estão utilizando mais o correio eletrônico.

Nem vou comentar que, em 1997, a Wired já havia anunciado a morte da web (e dos navegadores) com um argumento parecido para a época.

Até hoje a web não morreu. Vai ver ela tem sete vidas.

Veja também: Chris Anderson: átomos são os novos bits

Crédito da foto: Wbb4

10 respostas para “A web tem 7 vidas”.

  1. Muito bom o argumento da Boing Boing.

    Esse artigo da Wired soou mais como o isqueiro de um incêndio inexistente: creio que os editores quiseram colocar lenha na fogueira para chamar atenção, polemizar.

    Vale informar que o uso generalizado de tablets e aplicativos são recorrentes apenas em países onde produtos como iPad e celulares smartphone são mais acessíveis. O Brasil, que é um dos países que mais acessa a internet, está um pouco longe da realidade e depende – e muito! – da web. Até os usuários começarem a perceber que há a alternativa dos aplicativos, a web terá se aperfeiçoado o bastante para se manter viva.

    É, no mínimo, inconsistente esta informação da Wired.

    Abs!

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    1. Bem lembrado, existe ainda a questão da própria característica de cada país, como o Brasil que tem um cenário diferente de uso.

      abs

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  2. Não acredito que a web morrera, o uso de aplicativos é para facilitar o uso, não para o desuso da web..

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  3. Tiago,

    Realmente o argumento da Wired foi mais para polemizar.

    Além disso, tráfego é uma unidade que tem relevância para as operadoras e não para as pessoas comuns. Ou seja, 100 MB de video são um video sendo baixado por uma pessoa. 10 MB de web podem ser dezenas de mensagens e imagens na web e até jogos.

    O que me preocupa neste artigo da Wired é que ele parece que pode ser usado para justificar a preocupação atual das operadoras, do Google, da Verizon, em criar uma nova rede que suporte uma infraestrutura de alto tráfego.

    Dizer que a Web está morta é tentar enfraquecê-la.

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    1. Não tinha feito essa ligação com a questão da neutralidade da internet. Bem observado.

      abs

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  4. Faz algum sentido sim olhando pelo prisma da mobilidade

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  5. […] A matéria é um pouco maniqueísta em alguns pontos e lembra a que foi capa da Wired. […]

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  6. […] Demorou, mas saiu uma resposta da Technology Review (TR), publicação do MIT, a respeito da matéria da Wired de que a “web morreu“. […]

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  7. […] artigo não soa como uma resposta à matéria da Wired sobre o fim da web (assunto que, diga-se de passagem, já está superado com a resposta da Technology Review), mas sim […]

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  8. […] que os números não ajudem a levantar outra vez a discussão sobre a “morte da web“, polêmica que faz cada vez menos sentido, principalmente se levarmos em conta que diversos […]

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