Se as transmissões piratas que, na Copa do Mundo de 2006, pipocavam em sites, como SopCast e UStream, roubaram a cena na web, neste campeonato de 2010 o que chamou a atenção foram os infográficos (interativos) produzidos por algumas das mais importantes publicações.
Guardian, NYTimes e CNN colocaram infográficos no ar. Sinal de que algumas publicações estão tentando atender a uma das habilidades cada vez mais exigidas das equipes de jornalismo – conseguir transformar montanhas de dados em algo legível para os leitores.
NYTimes optou por algo simples, o Top World Cup Players on Facebook, que mostrava dia a dia quais jogadores foram mais citados no Facebook. Outra opção era o blog Goal. A cada partida, era produzido um infográfico com um “heatmap“, que revelava os principais lances.
O site espanhol Marca.com montou um infográfico tendo como referência a tabela de jogos.
Entre vários infográficos, o La Información produziu um que fazia uma estimativa de qual empresa mais se beneficiaria com a competição de futebol na África do Sul.
O Twitter também foi um dos destaques desta Copa. Não tanto pelo seu uso como plataforma para comentar o que era exibido na TV, mas pelo volume de mensagens que criou (3.283 tweets por segundo, de acordo com o próprio serviço de microblogging). Neste sentido, as interfaces conhecidas como “twitter visualizations” se sobressaíram. Uma tentativa nítida de tornar compreensível a avalanche de mensagens publicadas no Twitter durante os jogos.
A CNN fez sucesso com o Twitter Buzz, que, em tempo real, mostrava o que era mais discutido na rede de microblogs a respeito da Copa do Mundo.
Por meio do World Cup Match Replay, com uma interface complicada, o Guardian permitiu que os seus leitores pudessem ver um replay dos jogos com base no burburinho causado no Twitter.
Mesmo anunciantes oficiais da Copa do Mundo optaram pelos infográficos. A Castrol, por exemplo, colocou no ar o 2010 World Cup Live Tracker, mostrando em tempo real os principais números sobre o campeonato – gols, faltas, cartões vermelhos etc.
A Umbro, por sua vez, convidou o designer Michael Deal para produzir alguns infográficos estáticos, porém primando pela simplicidade. Linhas verdes representavam os passes; triângulos azuis, chutes a gol; e círculos vermelhos, os gols.
No entanto, nesta Copa, os infográficos não se resumiram aos desenvolvidos por grandes publicações e anunciantes. Da própria África do Sul, a startup ScoreGrid estreou uma ferramenta de mesmo nome, que permitia rever uma partida a partir dos movimentos da bola, e não dos jogadores como normalmente é feito.
Outra startup bem interessante, a Visual Sport, especializada em visualização de dados para esportes, saiu por fora e lançou o Compare Players Tool, ferramenta que permite fazer comparações do desempenho entre os jogadores da Copa.
Da mesma forma que startups, usuários criaram algumas coisas. Robby Macdonell, especialista em UX (user experience), fez um experimento com HTML5. O Visualizing the World Cup possibilita, de forma simples, visualizar as seleções que jogaram as finais da Copa do Mundo.
Aqui, no Brasil, iG (As estatísticas das Copas do Mundo), Globo Esporte (Bolas da Copa) Estadão (O Brasil nas Copas) e Folha Online (Resumo da Copa em 1 minuto) também produziram infográficos (interativos), na respectiva ordem abaixo.
É certo que muitas dessas visualizações acima eram voltadas para o público dos EUA, vidrado por estatísticas (principalmente sobre esportes). As “visualizações do twitter”, contudo, eram bem universais, pois permitiam não somente saber o que as pessoas estavam comentando, mas também participar dos debates acalorados sobre a Copa do Mundo.
Resta agora especular o que será o grande destaque na web, na Copa de 2014… no Brasil.
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