Guerra de APIs de jornais

Essa entrevista com Chris Thorpe, um dos evangelistas da plataforma aberta do Guardian, é uma boa amostra do quanto a publicação vem adotando uma postura diferente em relação ao uso das APIs, um dos aspectos que permite transformar um jornal em uma plataforma.

Enquanto o NYTimes adota uma postura mais restritiva, impedindo o seu uso comercial; em sua API, o Guardian fornece acesso a todo o seu conteúdo, inclusive para uso comercial.

Diferente do NYTimes, o Guardian já promoveu dois “hack days” e mais de 2.000 desenvolvedores se cadastraram para utilizar a API da publicação, sendo que 200 aplicativos foram criados em torno do conteúdo do jornal. Uma parte deles está reunida numa “galeria de aplicativos” no próprio site do Guardian.

Com esse posicionamento, a ideia é transformar o Guardian em uma plataforma aberta, com um ecossistema de aplicativos em seu entorno. Ou seja, a publicação pretende criar valor em torno da circulação e não do controle de informação.

É lógico que adotar essa postura tem vantagens e desvantagens, conforme ficou evidente no recente atrito entre o Twitter e desenvolvedores externos.

No entanto, esse mesmo posicionamento é uma boa amostra de dois aspectos:

1) Do quanto uma publicação pode se autoquestionar profundamente, com consequências que vão muito além de “integração de redações” e mudanças de layout em seus sites.

2) De que a disputa das publicações por leitores, atenção e tráfego pode se dar em um outro nível – no uso de suas APIs.

Veja também: Comentários para quem precisa de comentários

Uma resposta para “Guerra de APIs de jornais”.

  1. De fato, a postura do Guardian eleva a discussão de como jornais podem se inserir nas mídias digitais a um novo patamar.

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