Na mesma semana em que a Newsweek publicou uma matéria de capa exaltando o iPad, Scott Rosenberg, cofundador da revista Salon, uma das primeiras revistas totalmente online, soltou essa provocação em seu blog, de que o atual hype em torno do iPad e os seus aplicativos lembra o criado em torno do CDROM, lá em meados dos anos 90.
Um suposto “futuro brilhante” para as editoras estaria no iPad, assim como esteve no CDROM. Em um passado não muito distante, havia um consenso de que todas revistas deveriam ter a sua versão em CDROM, caso contrário estariam fadadas ao fracasso, pois supostamente os consumidores estariam demandando por “conteúdo multímídia e dinâmico” e não “estático”.
No final das contas, as coisas não foram bem assim, o “futuro brilhante” não chegou, o consumidor não ligou tanto quanto o esperado para o tal “conteúdo multimídia e dinâmico” e as versões de revistas para CDROM saíram de moda.
Discordo de Rosenberg em alguns pontos sobre essa analogia com o iPad, na época dos CDROMs estávamos aprendendo a lidar com “interfaces multimídias” (hoje a gente vê que muita coisa foi feita errada), além do mais existia um custo de distribuição dos CDs, mas há que concordar com a questão de que as editoras estão tratando, quase de forma cega, o iPad como uma tábua de salvação para os seus negócios, o que pode resultar em muita frustação no final.
Neste final de semana, o blog de tecnologia Mashable noticiou que a Apple já vendeu todo o seu estoque inicial de iPads previsto para 3 de abril. Novos pedidos de pré-compra serão entregues somente depois do dia 12 de abril. Exemplo de como a Apple está sabendo dominar questões como “gestão de expectativas” e “pré-anúncios de produtos”.
Veja também: iPad: Apple entende que o futuro é agnóstico

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