Em meio a uma grande expectativa, o NYTimes inaugurou nesta semana o seu videocast diário. Todo dia na hora do almoço, o TimesCast é publicado. A expectativa era grande, pois o lançamento do videocast simboliza a entrada do NYTimes na produção diária de vídeos.
O videocast é bem produzido, a ideia é boa (a intenção é aproximar os leitores do processo de produção do jornal), mas o problema é que o TimesCast é chato.
Em grande parte, o videocast nada mais é do que a reunião de pauta do jornal gravada, com os jornalistas decidindo qual vai ser a agenda do dia. Tirando a curiosidade inicial, não sei se vale perder 6 minutos do seu dia para ver 5 a 10 jornalistas em análise sobre o que é importante e merece ser destaque em um jornal impresso. Sem contar que, dependendo do horário em que você assiste ao videocast, o conteúdo já soa datado.
Parece coisa feita de jornalista para jornalista.
Já que a intenção é aproximar o público do jornal, seria interessante fazer algo bem mais dinâmico. Em vez de gravada, depois editada e publicada, a reunião de pauta inteira ou, pelo menos, parte dela seria transmitida ao vivo via streaming. E as pessoas poderiam participar via Twitter ou chat. Seria uma espécie de videochat diário ao vivo direto da redação.
De qualquer maneira, o lançamento do TimesCast é reflexo da recente filosofia do NYTimes, de não se ver mais como um jornal, mas uma empresa de informação. O ramo deles não é produzir jornal de papel, mas informação sincronizada em diversas plataformas ao mesmo tempo.
Esse post faz parte de uma série sobre as mudanças tecnológicas e de filosofia no NYTimes e que tenho abordado desde o começo de 2008.
Veja também: Oportunidade para os peixes pequenos

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