Agregadores em alta, paywall em baixa

O relatório State of the News Media 2010 não é nada animador para algumas publicações.

Segundo o estudo, que é publicado há 7 anos, a maioria dos usuários (81%) prefere que o conteúdo dos sites de notícias se mantenha gratuito e subsidiado por publicidade. Porém, apenas 21% afirma clicar nos anúncios (mesmo assim “de vez em quando”).

E ainda – somente 7% pagaria por conteúdo caso um site de notícias passasse a adotar um modelo de cobrança (no caso, paywall).

A pesquisa mantém uma tendência de comportamento apontada em 2009 – as pessoas utilizam cada vez mais suportes variados para se informar e têm uma preferência crescente por serviços que permitam consumir informações de diversas fontes diferentes quando e onde quiser.

Enfim, que tenham um caráter agregador e organizador das informações, modelo adotado pelo Google News, Yahoo! News, Huffington Post, Topix etc – 56% dos entrevistados utilizam este tipo de site como fonte primária para se informar.

Ou seja, sites que reafirmam o caráter de commodity da informação e onde a marca de uma publicação é minimizada, é apenas mais uma entre tantos links para um assunto. Isso, de certa maneira, se reflete na percepção do usuário. Apenas 35% afirma ter um site de notícias favorito.

Outros tópicos sobre o estudo (neste ano, o Twitter ganhou espaço):

=> Os assuntos que geram mais atenção em blogs e microblogs diferem do que é destaque na chamada “grande mídia”.
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Apenas 6% dos entrevistados utiliza o Twitter como fonte de informação. A maioria das mensagens do microblog não é opinativa ou analítica – 10% é sobre o próprio Twitter. Grande parte das mensagens serve para alertar ou destacar uma informação interessante que está em outro ambiente. Ou seja, o Twitter é utilizado mais como uma “plataforma de embarque” para conteúdo do que qualquer outra coisa.
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Quando uma mensagem no Twitter é relacionada a uma notícia, tende a repetir a manchete da reportagem.
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Em sua maioria, uma pessoa visita de dois a cinco sites de notícias por dia.
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Os chamados sites de  jornalismo cidadão mantêm a tendência de crescimento e de utilizar mais suportes (celular, por exemplo), no entanto não têm capacidade de substituir os sites “tradicionais” de jornalismo. Estão sofrendo do mesmo problema das empresas de jornalismo – lidar com a falta de receita e a escassez de atenção. O caminho de parcerias com grupos de mídia tem sido comum (vide redes locais de blogs fechando parcerias com o Seattle Times).

Vale registrar que o State of the News Media usa como referência o mercado dos EUA.

Pode ser visto completo aqui.

Veja também: Mesmo com a web, as pessoas ainda se informam pelas mesmas fontes

Crédito da foto: Forever Digital e Karola

2 respostas para “Agregadores em alta, paywall em baixa”.

  1. […] várias leituras. A AOL está dando um sinal claro de que agora é uma empresa de conteúdo. O modelo dos agregadores de conteúdo não é tão vazio (afinal de contas, antes de tudo, o Huffington Post mais agrega do que produz […]

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