Chatroulette nos tira da zona de conforto

Google Buzz ou Foursquare? O novo site “revolucionário” é o Chatroulette, um serviço de videochat. Você entra, não precisa fazer nenhum cadastro; liga a webcam e tem a possibilidade de se encontar de forma aleatória com qualquer pessoa. Não há moderação, não há filtros.

Você decide se quer falar com cada pessoa que encontra ao apertar o botão de “next”. É uma espécie de roleta russa de pessoas.

O Chatroulette nasceu, em novembro de 2009, da cabeça de Andrey Ternovskiy, estudante russo de 17 anos, que, da mesma forma que o site, é descompromissado e não tem (ou tinha) intenção nenhuma de ganhar dinheiro.

O que se percebe é que de chat o site tem pouco, as conversas são efêmeras, a maioria parte logo para apertar o botão de “next”, que permite que você gire a “roleta russa humana”. A graça mesmo parece estar em zapear as pessoas e ter a possibilidade de encontrar os tipos mais variados. O principal atrativo do Chatroulette, portanto, está em sua aleatoriedade.

O principal efeito está em nos tirar da “zona de conforto”. Somos acostumados a socializar somente com alguém que conhecemos ou que temos algo em comum. No Chatroulette, você está aberto a interagir e ser observado por qualquer um.

É a antítese do modelo consagrado do Twitter ou do Facebook, ambientes nos quais relacionamos com pessoas que tenham conosco um mínimo de interesse em comum. Aliás, nestas redes, podemos até bloquear pessoas de quem não gostamos.

Acredito que o Chatroulette em si não traz muita novidade. Há bastante tempo, ainda que sem vídeo, o Omegle permitia, e permite, que você converse de maneira aleatória com qualquer pessoa na internet. E, antes mesmo dele, existiam ferramentas parecidas, mas na dinâmica de ter que baixar um aplicativo e ser utilizado numa conexão discada.

Talvez o Chatroulette tenha chegado na hora certa. Hoje em dia, a banda larga é mais comum e as webcams são quase um acessório nativo dos computadores.

Sarita Yardi, pesquisadora da Universidade de Tecnologia da Georgia, começou a estudar, de perto, o site e descobriu que já existem algumas regras internas e comportamentos comuns, o começo de uma espécie de auto-organização.

Entre elas – clicar em “next” não é socialmente aceito, mas é esperado (seria semelhante a você desligar o telefone na cara da pessoa). As pessoas não querem se encontrar com pessoas conhecidas (a graça é falar com desconhecidos). Usar animais empalhados ou placas em vez de colocar a sua cara visível na webcam não é uma atitude bem vista (quem está na chuva é para se molhar. Tem que mostrar o rosto).

Em princípio, com a popularização e a entrada de investimento externo, penso que dificilmente o Chatroulette continuará com essa dinâmica tão aberta. O site é um campo perfeito para pedófilos e outros tipos de criminosos. Não é recomendado para crianças e muito menos para ser acessado em local de  trabalho. Pornografia é comum.

É bem provável que passe a ter filtros que permitam que a gente bloqueie ou se encontre,  ainda que aleatoriamente, com outras pessoas, mas que tenham interesses comuns. Enfim, que nos coloque de novo na “zona de conforto”.

Logo abaixo, Casey Neistat fez um vídeo bem explicativo sobre o site.

http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=9669721&server=vimeo.com&show_title=1&show_byline=1&show_portrait=0&color=00ADEF&fullscreen=1

Veja também: Quem está usando e abusando dos sites de streaming

Crédito das fotos: Chrisgallevo e New York Magazine

14 respostas para “Chatroulette nos tira da zona de conforto”.

  1. Avatar de Wallace S. Almeida
    Wallace S. Almeida

    Gostaria de saber quais os Sites de Streaming gratis existentes e se podem colocar materiais já pre-editados sem ter que instalar softwares.

    Att,
    Wallace

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  2. Isso tudo ainda, e um ensaio perto do que… vêm!

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  3. Ele ia ganhar muito dinheiro com anúncios se colocaasse a opção de ‘male/female’. Abs!

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  4. Pelo que ví é perda de tempo… então lá vai um apelido: CHATISSE-ROULETTE
    KKKKKKKKKKK…..
    Que achou?

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  5. Ok, Ok… pode me dar um NEXT.

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  6. Eu acho este site uma estupidez completa.

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    1. Avatar de Allysson Santos
      Allysson Santos

      Eu acho que nada é um estupidez completa, afinal a coisa mais idiota pode lhe ensinar grandes coisas ou coisas idiotas, mas você irá aprender alguma coisa…No caso do Chat Roulette, não o utilizo, tavez passe a utilizar de vez enquando, mas o site não se passa de uma ferramenta e a real estupidez não esta no por onde se faz, mas sim o que se faz. Portanto se existe estupidez no ChatRoulette( E tem muita …) não é o site ,mas sim seus usuarios que merecem estes adjetivos…

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  7. […] Veja também: Chatroulette nos tira da zona de conforto […]

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  8. […] Chatroullete nos tira da zona de conforto (Tiago Dória Weblog) […]

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  9. […] que esperada do TimesOnline de cobrar por acesso ao seu site, o Guardian lançou a sua versão do Chatroulette (em fase de […]

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  10. […] própria ideia do Chatroulette é de difícil aceitação. O site nos tira da zona de conforto. Somos acostumados a socializar somente com alguém que conhecemos ou que temos algo em comum. No […]

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  11. […] Uma das melhores partes do encontro foi quando Berners Lee defendeu que, acima de tudo, devemos utilizar a internet para conhecer pessoas de outros países e com visões diferentes. A internet deve ser uma oportunidade para pararmos de andar somente com as pessoas que já pensam como a gente. Ou seja, uma oportunidade única de nos tirar da “zona de conforto“. […]

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  12. […] da cultura web. Recomendo em especial a leitura destes posts: Por uma internet mais humana,Chatroulette nos tira da zona de conforto, Arte de criar e transmitir boatos e Cinco livros que eu comentei em […]

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