As profecias estavam certas. Era um tablet. A Apple anunciou nesta quarta-feira o lançamento de seu aguardado gadget – o iPad. Tela sensível de 24,6 cm, bateria de 10 horas, Wi-fi, 3G, Bluetooth. Possibilidade de assistir a filmes, ouvir música e, claro, navegar na internet.
A interface e as funções são muito parecidas às do iPhone. A diferença é que você não pode enviar mensagens de texto nem fazer chamadas (atualização: na sexta-feira, a Apple anunciou que será possível fazer chamadas por meio de aplicativos que utilizam a tecnologia VoIP)
Confesso que fazia tempo que eu não via tanto hype em torno do lançamento de um gadget. A última vez foi no lançamento do iPhone em 2007.
Esse burburinho em torno do lançamento não é uma questão apenas de RP, que a Apple sempre dominou muito bem, simboliza também o quanto a computação pessoal e a cultura digital estão inseridas entre nós. O lançamento de um computador consegue mobilizar milhares de jornalistas e autores de blogs. Mobiliza pessoas. Algo inimaginável há alguns anos.
E, longe das especificações técnicas, esse lançamento representa o quanto a Apple entendeu que o futuro é agnóstico em relação a dispositivos.
Uma das características mais poderosas da internet é o fato dela poder ser acessada de qualquer lugar. Ela pode estar em todos lugares. Até alguns anos atrás, isso era apenas um conceito.
Tínhamos as tecnologias para isso – banda larga e cloud computing, mas faltavam os dispositivos. A Apple parece ter percebido isso e está trabalhando nesses dispostivos, mas dentro de uma ideia de coexistência. Dessa forma, nos empurra para um futuro agnóstico.
Com o iPhone, a Apple trouxe efetivamente a internet para o celular (é o celular que proporciona a melhor navegação, não há dúvidas) e agora busca trazer a internet realmente para a mesa de café, a cozinha, o quarto. O iPad é o meio termo entre o celular e o laptop.
É aquele dispositivo que não é mobile, mas é portátil e flexível (quase o tamanho de uma revista), você pode levar para quase qualquer lugar, sem as limitações de tela de um celular nem o desconforto de um laptop.
Para mim, daqui para frente, após a poeira baixar, o interessante será acompanhar todo o desenvolvimento em torno do gadget. Certamente surgirão diversos aplicativos para o iPad.
O lado ruim será ter que ler artigos afirmando que o iPad vai salvar, de uma hora para outra, a mídia impressa. Como se o iPad não fosse um gadget, mas uma tábua de salvação.
Veja também:
O pensamento vivo da Apple
Crédito das fotos: Divulgação e lrussell810


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