Spotify está caminhando para ser um negócio sustentável de música online. Qualquer serviço de mídia com DNA 100% digital que esteja se tornando sólido chama a atenção. É algo raro.
Ainda não disponível no Brasil, Spotify é um serviço de streaming de música lançado em meados de 2006. Além da facilidade de uso, o serviço se destaca por ter encontrado o meio termo, ao mesmo tempo agrada gravadoras e usuários, um dos resultados mais difíceis de se conseguir no mercado de música online (no último relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, o Spotify foi citado como bom exemplo no mercado). Possui uma versão gratuita e outra paga. Dá acesso a mais de 6,5 milhões de músicas. Tudo legalizado.
Para se tornar um negócio sustentável, o Spotify precisa que 10% de seus usuários assinem a versão paga (premium), que custa 9,99 euros por mês (mais ou menos R$ 25). Por enquanto, apenas 5% a assinam, mas o crescimento é rápido. Em 2009, 250 mil usuários entraram para a versão paga, que dá direito a versão móvel do serviço, qualidade melhor de áudio, além da possibilidade de ouvir as músicas em modo offline, sem estar conectado à internet.
O modelo de negócios do Spotify não tem nada de inovador, mas está sendo bem executado. É o mesmo utilizado pelo Flickr, WordPress, Google (Gmail e Google Apps) e outros serviços de grife na web. O gratuito servindo de isca para o pago. A versão paga sustenta a gratuita.
É quase certo que os usuários da versão premium não estão pagando pela música em si, mas por comodidade, experiência e economia de tempo (não ter que ficar procurando por uma música).
Quando a internet saiu do mundo acadêmico e “virou comercial” existia um mito de que ninguém toleraria, de forma alguma, publicidade na web. Hoje a gente vê que as coisas não são bem assim.
Spotify, por sua vez, prova que a premissa existente de que ninguém paga por um serviço online de música também não é bem assim. Nem 8 nem 80.
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Crédito da foto: Jon Åslund

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