Neste ano, a Google assumiu como nunca um papel ambíguo no mercado de jornais. Ao mesmo tempo é vista como salvadora e causadora da crise dos jornais. Ajuda e atrapalha ao mesmo tempo.
Uma semana após sofrer um bombardeio de críticas por parte de jornais, a empresa de busca revelou o projeto Living Stories. Feito em parceria com os jornais NYTimes e Washington Post, apresenta-se como “uma nova forma de apresentar e consumir notícias online”.
Na verdade, é um miniportal que agrega notícias por tópicos. Em vez de manchetes, o leitor navega por grandes tópicos/temas, como “Guerra no Afeganistão“, “Combate à gripe suína” ou, caso existisse uma versão nacional, “Enchente em São Paulo“.
Ao clicar num desses tópicos, o leitor é levado para uma página onde são agregadas todas as notícias sobre o assunto. Para facilitar o entendimento, alguns recursos são utilizados, como linha do tempo e filtros por tipo de mídia – áudio, vídeo, foto, texto etc.
Logo que uma nova informação sobre o tópico é publicada, a página é atualizada automaticamente. Ou seja, o Living Stories é algo dinâmico, que funciona muito bem para grandes assuntos que ainda estão em andamento, não tiveram um desfecho.
Por enquanto, ainda é bem experimental. Além do conteúdo estar hospedado nos servidores do Google Labs, o Living Stories agrega apenas o conteúdo dos dois jornais parceiros e as páginas são atualizadas por humanos e não robôs.
O projeto não é uma ideia inovadora, sites de algumas publicações já oferecem soluções parecidas. A revista Salon possui uma página que permite navegar por tópicos. E o próprio NYTimes conta com o Times Topics, que, com diversos recursos interativos, agrega informações sobre grandes assuntos.
Aliás, entre a interface do Living Stories e a do Times Topics, ainda prefiro a página de tópicos do NYTimes. É menos confusa.
Mais para frente, a intenção da Google é oferecer a solução do Living Stories a outras publicações que não tenham condições de desenvolver uma página de tópicos tão dinâmica. Ou seja, será algo que, num primeiro momento, vai atrair bastante as pequenas empresas de jornalismo.
É claro que isso não vai salvar os jornais. Mas é mais uma cartada da Google que a fará ser vista mais como amiga do que inimiga dos jornais.
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