A Google anunciou nesta semana o lançamento oficial do YouTube Direct, interface que faz uma ponte entre grupos de mídia e os chamados “cidadãos jornalistas”. O YouTube, naturalmente, já faz essa ligação. Mas o Direct busca fazer isso de forma mais estruturada.
A ideia não é nova. O site francês Citizenside já desenvolve isso há algum tempo. E o site de vídeos Videolog aqui, no Brasil, já fez algo parecido em campanhas publicitárias em que o usuário podia enviar vídeos. Mas em se tratando de Google, é novidade.
O YouTube Direct, na realidade, funciona como uma API, faz uma intermediação entre esses usuários que querem enviar material e os sites de mídia (opa, quem falou que os intermediários morreram?).
Permite que as empresas tenham uma interface (imagem acima) onde possam moderar os vídeos enviados. Além disso, não existe a necessidade do usuário fazer mais um cadastro, ele pode enviar o vídeo utilizando a conta do YouTube no site que estiver utilizando o YouTube Direct.
Sei que o chamado “jornalismo cidadão” está ligado mais a uma economia não monetária, mas não deixei de sentir falta de um sistema de pagamentos. A Google poderia ter aproveitado para experimentar alguma funcionalidade que facilitasse o pagamento de “cidadãos jornalistas”.
Alguns players de mídia, como a ABCNews e o Washington Post, estão experimentando o YouTube Direct. No entanto, parece ser uma solução voltada mais para pequenas empresas de mídia e/ou que não têm condições de ter uma infra-estrutura para receber e publicar material enviado pela audiência.
O Direct, por exemplo, permite apenas o envio de vídeo. Ou seja, a empresa terá que ter uma outra plataforma para receber áudio e fotos. Não há possibilidade de backup, algo importante para grandes empresas que, por questões jurídicas, precisam ter uma cópia de segurança do que colocam no ar.
Enfim, a priori, parece que a Google fez o YouTube Direct se focando mais nas pequenas empresas, setor no qual as soluções da Google têm tradicionalmente uma grande aceitação.
O que não tira a sua validade, claro.
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