Em tempos em que sites de conteúdo entram em uma espiral de busca por uma fórmula mágica contra a constante queda ou falta de receita, durante a sua participação no Digital Age 2.0, Chad Hurley, co-fundador do YouTube, afirmou que “conteúdos diferentes exigem formatos publicitários diferentes”.
Apesar de meio jogada em sua fala, achei essa frase bem importante. Na visão do executivo, que esteve pela primeira vez no Brasil, o grande lance é diversificar as formas de rentabilizar o seu conteúdo. Não se prender a um único formato.
Quando Hurley falou isso lembrei imediatamente da estratégia digital do Wall Street Journal, que começou a cogitar de trabalhar num processo parecido, em que a receita não virá apenas de publicidade, ou de micropagamentos ou ainda de cobrança de assinaturas, mas de vários desses modelos trabalhando todos ao mesmo tempo. Não trabalhará com um, mas com diversos modelos de receita.
Da mesma forma, Hurley disse que o YouTube está pesquisando diversos formatos para rentabilizar o seu negócio e levando em conta a diferença de cada conteúdo. Não será nenhuma surpresa se, no futuro, o YouTube trabalhar apoiado em micropagamentos, assinaturas e diversos formatos publicitários. Tudo ao mesmo tempo.
Outro ponto que chamou a minha atenção em sua apresentação foi quando Hurley deu a entender que o YouTube não tem mais interesse em fazer experimentos com transmissões ao vivo de vídeos. Segundo ele, é algo que funciona muito bem, mas para eventos com grande público. Sinal de que o primeiro YouTube Live não foi lá essas coisas. A história do YouTube não é feita somente de hits.
Para mim, o ponto alto do Digital Age 2.0 foi a palestra/entrevista de Hurley. Mas uma frase dita no segundo dia também chamou a minha atenção. No meio de sua apresentação, Fábia Juliaz, do Ibope Nielsen Online, disse que esse papo de que tal mídia matou a outra está defasado.
É evidente que meios conviverão lado a lado e terão uso conjunto em diferentes horários do dia. A intensidade de uso de cada mídia é que varia e vai depender de cada pessoa, por qual fase da vida ela está passando. Ou seja, as rotuladas “velhas” e “novas” mídias conviverão só que com intensidades de uso diferentes.
No tempo livre, eu mesmo estou numa fase de passar mais tempo lendo livros do que online ou na frente da TV, no entanto não deixo de acessar a internet e assistir TV. Apenas a intensidade é que mudou.
Enfim, quando falamos de mídia, coexistência é uma palavra realista e que faz sentido hoje em dia.
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