
Se você acha que esse negócio de conta pro, paga, em serviços de internet é uma idéia ultrapassada, embolorada, é melhor rever seus conceitos.
Nesta quarta-feira, o pessoal do Twitter confirmou que o serviço de microblogging terá contas pagas. Num primeiro momento, elas serão voltadas para empresas ou “power users”, usuários que utilizam muito o Twitter.
Em contrapartida, terão alguns recursos exclusivos a mais que ainda não foram revelados publicamente. No entanto, em recente entrevista, Biz Stone, cofundador da ferramenta, disse que recursos de estatísticas mais complexos seriam interessantes para empresas. (O site de vídeos Vimeo já havia seguido por caminho parecido com o lançamento da versão paga Vimeo Plus)
Depois, um pouco no começo da semana, na terça-feira, o site de música Last.fm anunciou que vai cobrar de usuários que não residem nos EUA, Reino Unido ou Alemanha. O site continuará gratuito, mas você poderá ouvir somente 30 músicas. Ou seja, quase nada. Mais do que isso é pago.
Dessa forma, a Last.fm passa a concorrer mais diretamente com o calouro Spotify, que também oferece uma versão paga com mais recursos.
Na última edição, a revista The Economist não deu uma resposta certa para esse cenário de versões pagas, mas uma luz sobre por que isso está acontecendo. Segundo a publicação, o “modelo gratuito” adotado por sites como MySpace, YouTube e Facebook é insustentável.
Com a recessão mundial, esse modelo se sustentaria menos ainda, possibilidade que já havia sido levantada em 2008 pelo blogueiro Robert Scoble (segundo ele, empresas cobrando por serviço na internet seriam cada vez mais normais).
Em um comparativo com a crise de 2001, a revista chega a falar em bolha da Web 2.0 (aviso: termo em sério risco de extinção). Demissões, redução de investimentos e modelos que eram defendidos até há pouco tempo começam a ser desmentidos pelo próprio mercado.
Para mim, um serviço lançar uma opção de versão paga não é um tiro no pé, mas indica várias coisas. Entre elas, além da necessidade natural de tornar um serviço sustentável, que a publicidade na internet não dá dinheiro, então é necessário complementá-la com outras fontes.
E o que está acontecendo com esses sites é isso, estão sentindo na pele que publicidade por si só não sustenta um serviço do porte da Last.fm.
Neste sentido, a matéria da The Economist ajuda a jogar uma provocação por esse caminho, de que o “modelo gratuito” desses sites não se aplica a tudo, a todos os mercados e em todas as épocas.
Crédito da foto: Boxchain
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