
“A época em que os sites de notícias tinham medo de linkar para outros sites acabou”
Marc Frons, CTO do NYTimes Digital
O NYTimes colocou no ar o Times Extra (ainda não está disponível para todos os usuários). Nada mais é do que uma edição do site do jornal com links para conteúdos externos, sem tantos filtros corporativos ou medo de fazer propaganda de marcas da concorrência.
A decisão do site do NYTimes de ter também um caráter de agregador de conteúdo, hub de informações, como o Mahalo, entre outros, já era comentada nos bastidores. Agora, na home do portal do jornal, abaixo de algumas matérias e chamadas, existirão links que complementarão e ajudarão a dar mais contexto às informações (imagem acima). Links que, por sinal, são apontados para sites da concorrência – Wall Street Journal, Financial Times, Fox News.
É um pouco da cultura dos blogs e da “hyperlinkagem” em um dos jornais mais influentes do mundo. Blogs normalmente linkam até para a concorrência, muitas vezes a intenção é ser um hub de informação, um curador de conteúdo, não existe aquela política de não cobrir personagens ou não citar conteúdos associados a concorrentes, um tabu que existe há tanto tempo nas empresas de mídia.
Em sua maioria, sites que indicam bons links têm um tráfego alto – vide Drudge Report e The Huffington Post. No caso, o NYTimes indica bom conteúdo na rede, os leitores gostam, depois voltam lá para pegar mais indicações.
O único defeito do Times Extra é que esses links não deveriam estar no rodapé das matérias ou das chamadas, mas no meio dos textos mesmo, como hipertextos.
Com essa e outras decisões (liberar API, integração com redes sociais, abertura de conteúdo), 2008 foi marcado como o fim de uma era no NYTimes.
O jornal deixou de ser um jornal e caminha para ser uma “plataforma online de conteúdo”.
Crédito da imagem: Sillicon Alley
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