
O Mahalo é um site criado em 2007 por Jason Calacanis e que tinha como proposta inicial ser “um sistema de busca feito por pessoas”. De uns tempos para cá, ele encontrou o seu caminho, que é o de ser um agregador de notícias, operado por pessoas e não apenas por algoritmos ou robôs.
Logo após as primeiras informações sobre o ataque em Mumbai terem começado a circular pelo Twitter, o Mahalo colocou no ar uma página que agrega conteúdo sobre a tragédia produzido em diversos lugares – YouTube, Flickr, Twitter- e links para portais de notícias – BBC, CNN, Times of India etc.
Em meio a toda a cobertura oficial dos sites da CNN e do The Guardian, chamou a atenção o liveblogging feito por dois estudantes de jornalismo da Holanda.
Loek Essers e Peter van der Ploeg começaram no Cover it Live a agregar conteúdo de várias fontes – BBC, CNN, Reuters, e principalmente conteúdo do YouTube, Flickr e mensagens no Twitter sobre a tragédia.
Da mesma forma, o blog brasileiro AllesBlau (Notícias de Blumenau) segue essa idéia de ser um agregador de informações e está se tornando referência na cobertura da enchente em Santa Catarina.
No AllesBlau, por exemplo, existem links para notícias da Folha Online, do Valor, do Estado de S. Paulo, do Terra, do Diário Catarinense, além de conteúdo do YouTube, Flickr, Twitter e material enviado por leitores. O conteúdo é quase ilimitado.
Enfim, é bem emblemático como os sites que mais estão se destacando nas coberturas de ambas as tragédias (atentados na Índia e enchente em Santa Catarina) funcionam, antes de tudo, como hubs de informação. Além da agilidade, por trás desses sites, existe uma idéia muito forte de agregação e curadoria de conteúdo.
No fluxo constante de informações destes sites, percebe-se que o critério jornalístico fala mais alto. Conforme Ariel Gajardo, um dos criadores do AllesBlau, explica em um post – “não existem amarras editoriais”.
Além disso, não existe aquele medo de fazer propaganda de marcas (se eu linkar ou falar da foto que está no Flickr, eu vou fazer propaganda do site de imagens que é do Yahoo!. Se eu embutir um vídeo do YouTube na matéria, vou fazer propaganda do site de vídeos, que é da Google. Se eu usar o Skype numa entrevista, vou fazer propaganda da empresa que o criou… ).
Enfim, o conteúdo deles não é limitado por questões corporativas. Caso contrário, perde-se conteúdo, fontes, material com alto “valor jornalístico” publicado nestas redes e quem sabe, a longo prazo, relevância.
O AllesBlau, o Mahalo e o liveblogging dos estudantes holandeses são uns bons exemplos de que os sites de notícias têm muito a ganhar ao deixarem de lado amarras corporativas e o medo de fazer propaganda de marcas de uma suposta concorrência (youtube, flickr, twitter, orkut).
Crédito das fotos: Vinu e Agência Brasil
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