
“Chegou a hora de desligarem os seus televisores e deixarem os seus computadores ligados”
Com essa frase, Katy Perry abriu o YouTube Live, que, na noite de sábado, reuniu shows musicais, apresentações de dança e esquetes com pessoas que ficaram “famosas” ou ganharam notoriedade com o site de vídeos. O evento abriu com a cantora britânica americana e fechou com o rapper Akon. Isso intercalado com Chad Vader, Will It Blend, os caras do Mythbusters, entre outros.
Segundo dados não-oficiais, em alguns momentos de pico, foram 700 mil streamings simultâneos para o evento que foi transmitido ao vivo de São Francisco, nos EUA.
Ao vivo que foi pouco espontâneo, piadas e risadas com cara de coisas ensaiadas (Obama e Sarah Palin foram motivos de humor), shows intercalados com vídeos no telão e bate-papos ensaiados. Neste aspecto, o YouTube Live lembrou muito a transmissão do VMB ou do VMA, da MTV. Para mim, foi bem chato. Apesar da audiência ser global, a imagem que ficou é que o YouTube fez um evento exclusivamente para o público americano.
Porém nem tudo foi negativo. A parte comercial investiu em merchandising. Na verdade, o evento foi um grande comercial do YouTube. Um dos principais patrocinadores foi a Pure Digital, responsável pelas câmeras de vídeo de bolso The Flip. Cada pessoa que estava no auditório recebeu uma câmera e pôde filmar o evento direto da platéia.
Fora isso, na parte técnica, a qualidade da transmissão foi muito boa, sem engasgos no som ou quebra de imagem (segundo o TechCrunch, o Youtube utilizou a tecnologia da Akamai).
Três câmeras foram disponibilizadas. Uma principal com a apresentação, outra de bastidores e mais uma atrás do palco. Todas funcionando ao mesmo tempo (você escolhia qual queria assistir).
Junto com as câmeras, existia um espaço para comentários que funcionou como sala de chat, onde as pessoas opinavam sobre a apresentação. Tudo isso na mesma tela. O que não difere muito da dinâmica da “transmissão experimental participativa” que a TV Cultura realiza desde setembro aqui, no Brasil.
Foi um dia histórico e que acredito fez muita gente ficar com a pergunta – o que será daqui para a frente se o YouTube decidir fazer a transmissão ao vivo de outros eventos, tais como partidas de futebol, shows e debates? Mais do que nunca, a TV terá que aprender a coexistir com o YouTube.
Acima, Katy Perry abre o YouTube Live (ela comete uma gafe, fala em “First Annual YouTube Awards”).
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