
Neste final de semana, no sábado, aconteceu o II Seminário de Tendências Conectadas nas Mídias Sociais, na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. O evento foi tranquilo e teve um público bem atento.
Neste ano, resolvi não fazer um post-resumo de tudo o que aconteceu, mas destacar o que mais chamou a minha atenção na apresentação de cada convidado.
Luis Nassif foi o primeiro palestrante, abriu o 1º painel. Gostei quando ele foi contra o chavão de que o trabalho do jornalista perdeu importância com a rede.
Pelo contrário, com o anonimato e a crescente quantidade de informação, cada vez mais, é necessária a figura do profissional que apura, organiza, analisa idéias e informações.
Não é o conceito da profissão, mas o modo de produção de informação jornalística que não está mais conectado com as necessidades atuais.

Logo em seguida, Sérgio Amadeu, professor do Mestrado da Cásper, emendou os assuntos. Citou a campanha de Obama e mostrou o quanto ainda estamos na contramão.
Os grandes partidos políticos brasileiros ainda não sabem usar a rede. Apesar de não entenderem a “interweb”, os políticos querem legislar sobre ela. Ou seja, quem bate o martelo tem pouco conhecimento prático da web no Brasil. No final, Amadeu incentivou todos a usarem o Fring, p2p no celular, sem custos com ligações.
Já no 2º painel, Ricardo Cavallini, autor do livro “O marketing depois de amanhã”, mostrou o quanto o Wii foi divisor de águas para o mercado de games. Hoje qualquer um pode ser jogador. Acabou aquela idéia de ligar jogos a personalidades anti-sociais.
Cavallini linkou esse assunto com os advergames, que existem há bastante, mas diferença é que hoje há potencialmente um público maior que pode ser atingido por esse tipo de propaganda. Isso vai ao encontro do que já falei aqui, no blog, sobre newsgames [jogos baseados em notícias].
Thiane Loureiro, gerente corporativa da Edelman, comentou muito bem o quanto é mito que blog corporativo é solução para todos os problemas de comunicação de uma empresa. E criticou aquelas já ditas “mudernas” campanhas de “mídia social” baseada em blogs.
Lança um produto, cria um blog, chama um blogueiro famoso. Dois meses depois, dispensa todo mundo, cada um vai para o seu lado e, no final das contas, não cria relacionamento.

Intervalo para o almoço e, na volta, no 3º painel, achei relevante quando Andrea Orsolon, diretora da MySpace no Brasil, lembrou que os sites de bandas perderam relevância com o crescimento das redes sociais.
Hoje em dia perfis na MySpace recebem mais visitas que os sites das próprias bandas. Acredito que isso aconteceu pela própria falta de visão de alguns músicos que não disponibilizavam músicas em seus sites.
Existe até uma pesquisa que ratifica esse aspecto. Verbetes na Wikipedia e perfis na MySpace são mais populares que os sites das próprias bandas.

Alexandre Matias, editor-assistente do caderno Link e autor do blog Trabalho Sujo, fechou as palestras. Fez um paralelo interessante entre música e a cultura de redes.
E destacou o quanto o Napster serviu como porta de entrada para muita gente na rede e até ajudou a popularizar a web. Algumas pessoas começaram a se interessar pela rede justamente na hora em que souberam que podiam ter conteúdo musical de graça.
Eu e o professor Walter Lima ficamos bem satisfeitos com a aceitação que o seminário vem recebendo.
Nesta 2ª edição [um resumo da 1ª está aqui], até pessoas de outros Estados vieram especialmente para assistir ao evento.
Muito bom saber disso! Obrigado a todos que acompanharam o Tendências Conectadas seja presencialmente ou via Twitter mesmo 🙂
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