
Sites como o Flickr estão repletos de homenagens
Já comentei algumas vezes por aqui, no blog, que “furo de reportagem” é um negócio mais que nasce e morre na cabeça de jornalista. Nunca vi alguém deixar de ler um jornal porque ele tomou um furo de outro.
Vejo as pessoas pararem de ler um site, blog ou assinar um jornal por outros motivos – mudança de layout, linha editorial [principalmente em época de eleições], ritmo de atualizações.
Esse conceito de “furo de reportagem” fica ainda mais sem sentido na internet, onde a diferença de publicar uma informação antes de outro site acontece em questão de minutos ou até segundos.

Gothamist trouxe fotos do local
Ontem, durante a cobertura da morte do ator Heath Ledger, isso ficou bem evidente. O primeiro blog a publicar alguma coisa sobre a tragédia foi o City Room, do NY Times, depois o TMZ, da AOL, seguido pelo Gothamist.
A diferença de tempo de publicação entre um e outro foi de minutos. Não deu nem para perceber o almejado furo. Em uma visão mais tradicional, o NYT se deu bem. Publicou antes a informação.
Mas, às vezes, nos blogs jornalísticos não é bem assim. Não se destaca quem dá a informação primeiro, mas quem contextualiza, escreve melhores “suítes” e tem condições de mobilizar, em questão de minutos, uma equipe em torno de um assunto.

Até fotos do apartamento, o TMZ fuçou e encontrou na internet
Neste sentido, o TMZ fez a melhor cobertura. Em questão de minutos, montou diversas “vídeos-reportagens” com imagens direto do local da tragédia – bem provável que esses vídeos tenham sido editados em um laptop na rua -, garimpou a internet em busca de informações e fez várias “suítes” interessantes sobre a morte do ator.
E ainda picotou as informações em diversos posts para ganhar mais tráfego e melhor posicionamento nos mecanismos de buscas [para quem chega pelo Google, o TMZ é quem deu a informação primeiro].
Apesar do “furo de reportagem” [imperceptível] do The New York Times, o TMZ, que parecia uma rádio ao vivo, foi o grande destaque. É mais relevante o blog que contextualiza os assuntos e usa mais recursos da internet, ao invés do que dá a informação antes. Pelo menos, neste caso, isso ficou evidente.
Deixe um comentário