
A rede social MySpace e procuradores de 49 estados norte-americanos fecharam, nesta segunda-feira, aquele que pretende ser um dos maiores acordos para combater crimes sexuais e proteger crianças de conteúdo obsceno na internet.
A Myspace é uma das primeiras redes que adotará as medidas – como padrão, os perfis de usuários com menos de 17 anos serão visíveis somente para amigos, e usuários com menos de 18 anos não poderão acessar áreas ligadas a “romance e relacionamentos”. Além disso, por meio de um sistema de email, pais poderão impedir as crianças de criar perfis online na rede.
Os procuradores, que esperam que as medidas sejam adotadas por outros sites, querem ainda que a MySpace instale uma tecnologia que verifique a idade de cada usuário, o que, para mim, parece algo atualmente impossível. Por meio de Biometria? Além do mais, poderia ser inútil. E se o menor estivesse com um maior de idade que criasse um perfil para ele na rede social?
Adam Thierer, da The Progress and Freedom Foundation, fez um comentário que chamou a minha atenção. Segundo ele, essas ações servirão somente para criar um “mercado cinza” de redes sociais. Os adolescentes migrarão para outros sites fora da jurisdição dos EUA e que tenham regras menos rígidas.

Quando vejo esses casos envolvendo combate aos crimes em redes sociais, lembro da Teoria da janela quebrada, que se aplica muito bem à administração de comunidades. Acho que faltou um pouco disso nestas grandes redes sociais online.
Gosto também de citar o projeto da aSmallWorld, uma rede social que tem um ambiente considerado saudável e de respeito. Eles se apóiam em duas idéias para mantê-lo desse jeito – regras de moderação eficientes, mas claras às pessoas que utilizam o serviço.
E preocupação quanto ao crescimento da rede. A entrada de cada pessoa é acompanhada de perto, o que, em parte, faz diminuir a quantidade de usuários na rede social. A meu ver, isso não é lá um problema. De que adianta ter 2.000 contatos em seu perfil, se, assim como na vida offline, você fala efetivamente somente com 20 deles?

Talvez a solução para essas grandes redes sociais ou lição para futuros negócios nesta área seja essa – trabalhar em menor escala, uma das coisas mais revolucionárias que a web proporciona. Trocar a quantidade pela qualidade.
Mais ou menos, ser como aquela cidadezinha do interior que não tem crimes e todo mundo pode deixar a porta de casa aberta, pois todos se conhecem. É algo mais próximo de uma comunidade online do que um amontoado de gente em torno de um site com uma marca forte.
Foto dos Flickrs de dosmosis, Nathansnostalgia e joshbousel
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