
Encontro durou 3 dias em Maine, próximo a Portland, nos EUA
Quem esperava uma conferência de tecnologia focada em informática se decepcionou. Os últimos “brinquedinhos do Google” ou aquela “ferramenta de rede social que vai revolucionar o mundo” não tiveram muito espaço.
Antes de tudo, a Pop!Tech é uma conferência de tecnologia no sentido mais amplo da palavra. Tem espaço para um Paul Shuper, que desenvolve um software para celular usado no combate à AIDS; e até para um Jay Keasling, que trabalha com microorganismos sintéticos que produzem etanol, visando, assim, a eventual solução futura do problema de combustíveis não-renováveis.
Menos ainda a Pop!Tech se trata de uma conferência sobre produtos ou showroom de empresas de tecnologias [exemplo: Techcrunch 40]. É muito mais sobre idéias e conceitos. É desses 3 dias de discussão que vão sair produtos e projetos.

Em pé, Andrew Zolli, curador da Pop!Tech, um berço de tendências
Acredito que, justamente graças a essas características, a Pop!Tech existe há tanto tempo – é realizada desde 1997. Produtos, técnicas e empresas vão e voltam. Mas idéias e conceitos ficam. Conferências que se apóiam somente em apresentar produtos não duram muito.
Um exemplo da discussão de idéias foi a palestra de Christian Nold, artista e pesquisador de mashups, que alertou sobre o quanto o conceito de mashups de mapas vem sendo mal compreendido.

Bora Yoon: Palestras foram intercaladas com apresentações de artistas
Mashup é misturar dois ou mais conteúdos para encontrar e apresentar um terceiro e novo conteúdo. E não como atualmente é feito – apenas como uma “vitrine de dados”, juntando um conteúdo conhecido a um mapa [mapa com os restaurantes mais bacanas da cidade, por exemplo].
O artista Jonathan Harris, do We Feel Fine, mostrou o quanto a capacidade narrativa da web ainda é pouco explorada. E Sheila Kennedy impressionou a todos com o seu tecido que gera energia elétrica.
No último dia, Bill Shannon deu um exemplo de como a boa auto-estima é importante para uma pessoa, tanto em sua vida pessoal quanto profissional. Apesar de ter problemas em movimentar as duas pernas desde criança, Shannon mostrou uma outra forma de encarar a deficiência para a qual a ciência ainda não encontrou uma solução definitiva.

Dança de muletas no palco da Pop!Tech
E a apresentação de Daoud Kuttab, um dos mais importantes jornalistas e profissionais de internet no Oriente Médio, foi ótima. Um pouco diferente do Ocidente, no Oriente Médio a internet é vista como um instrumento de libertação, uma peça importante na abertura de qualquer país. Algo até profético, quase uma tábua de salvação.

Momento de humor: tatuagens em todos os lugares
Minha participação como bridge-blogger foi feita de forma remota via teleconferência, AIM, Skype, emails e telefone. Foi uma loucura. Mensagens pipocando no AIM. Dois computadores ligados o dia inteiro. E 12 horas por dia acompanhando todas as discussões. Tudo mundo conectado – lá e aqui.
A idéia dos bridge-bloggers foi muito bem aceita, ajudou a propagar as idéias da Pop!Tech. Muitos contatos foram feitos. Uma comunidade de comunicadores foi formada [confira aqui todos os blogs que cobriram o evento].

Para mim, a Pop!Tech ajudou a reforçar mais ainda a idéia de que as tecnologias são apenas ferramentas. Não adianta nada elas existirem se não forem instrumentos para as pessoas viverem melhor.
É importante ter isso em mente sempre quando for desenvolver algo – desde um blog até um inovador sistema de teletransporte. De que forma vai ajudar as pessoas a viverem melhor? O que vai acrescentar à vida das pessoas?
A Pop!Tech já está na minha agenda do ano que vem.
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