Não restam muitas dúvidas de que cada vez mais consumimos informações em produtos que mesclam vários tipos de mídia e conteúdos. É vídeo de bebê ao lado de notícia sobre política misturada a jogos e lembretes de aniversários. Esse é o ambiente onde progressivamente as pessoas absorvem informações. A parte mais visível desse hábito são as linhas do tempo do Facebook e do Twitter e os arquivos de chat do Whatsapp.
Porém, há mais coisa. A propósito, uma das questões na área de mídia hoje em dia é como fazer produtos que se aproveitem, explorem e convivam com esse comportamento.
Quem está olhando de forma atenta para isso neste momento é Jack Schulze, criador do estúdio inglês BERG, especializado em conectar objetos à internet. Schulze esteve recentemente aqui, no MIT.
O estúdio BERG existe desde 2005, mas ficou mais conhecido, no ano passado, ao criar e comercializar a Little Printer, impressora que imprime todo dia um mini-jornal, com notícias, lembretes de aniversários, curiosidades e jogos.
De modo minimalista, a ideia é trazer para o mundo físico (offline) esse comportamento no consumo de informação presente no digital, mesclando diversos tipos de conteúdo num único produto. Em uma mesma interface, você recebe desde notícias a informações triviais, como lembretes de aniversário.
Se você lembrou do conceito de Daily Me, do Nicholas Negroponte, a ideia é também por esse lado.
Porém, o mais interessante da Little Printer está em seu back-end. Não existe nenhum software na impressora. Na realidade, ela está ligada diretamente a um servidor (BERG Cloud) que faz todo o “processamento”. Aliás, o objetivo do BERG Cloud é funcionar como um “sistema operacional” compartilhado para quem deseja criar produtos conectados à internet.
A Little Printer em si faz parte de uma dinâmica defendida por Schulze – conectar qualquer objeto à internet, sendo, entretanto, o mais elegante e menos intruso possível.
Schulze acredita que o conceito de “internet das coisas” (qualquer objeto ser integrado à internet) é interessante, porém ele recomenda que, antes de abraçarmos a ideia, devemos pensar – o que um produto ganha ao ser conectado à internet?
