Dados inéditos sobre MOOCs

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O texto anterior sobre MOOCs veio em boa hora. MIT e Harvard divulgaram dados inéditos sobre a experiência com os MOOCs. As informações são referentes ao curso online de Eletrônica, primeiro oferecido pela plataforma edX, em 2012.

Mais de 155 mil pessoas se registraram para realizar o curso, sendo que maioria era dos EUA, Índia, Reino Unido e Colômbia. Todos os que participaram do curso tinham algum tipo de “educação formal” – 27% o segundo grau completo; 37%, diploma superior e 28%, o título de mestre.

Os fóruns de discussão são disparadas as ferramentas mais utilizadas e visualizadas pelos alunos dos MOOCs, ultrapassando o uso de vídeos e textos online.

Os dados mais interessantes vêm agora. Os alunos que tiveram melhor desempenho foram justamente aqueles que faziam a interação do que acontecia no online com o offline – discutiam face a face com outros estudantes o conteúdo e as lições do curso – além de serem mais colaborativos. Ou seja, fatores não cognitivos, como conexões sociais, têm tanta importância quantos os aspectos cognitivos nos cursos online. Nos MOOCs, há uma relação forte entre sucesso e colaboração.

Neste primeiro curso massivo online, a taxa de desistência foi bem alta. Dos 155 mil inscritos somente 7 mil receberam o certificado do programa. Porém, é preciso ter em mente que os MOOCs trabalham com 3 tipos de públicos simultaneamente – há alunos que não têm interesse em terminar o curso. Utilizam o MOOC mais como material de referência, igual a um livro. Outros estudantes que somente “sampleiam” parte do curso. Estão interessados somente em um tema específico dentro do tema geral do curso. E, finalmente, há os alunos que realmente querem fazer o curso do começo ao fim cronologicamente.

Está certo que essa primeira base de dados está “meio viciada”, afinal de contas ela é referente ao primeiro curso da edX. Muita gente se inscreveu no curso de Eletrônica somente pela curiosidade, para ver o que era um “curso massivo aberto online”.

Entretanto, a base corrobora os que defendem um importante aspecto dos MOOCs – serem capazes de coletar uma quantidade de “dados passivos” nunca antes analisada pela área educacional, informações estas que podem ajudar a aprimorar todo o setor de educação.