Há umas 3 semanas escrevi um texto afirmando que a “fuga de cérebros” era um dos temas que afetariam as principais empresas de jornalismo em 2013.
Não demorou muito para surgirem notícias relacionadas ao assunto. Primeiro o NYTimes perdeu mais uma de suas talentosas profissionais da área digital. Alice DuBois, que trabalhava na área de desenvolvimento editorial, está migrando para o site BuzzFeed, onde será gerente de produtos e ferramentas editoriais.
Depois, o jornal anunciou o TimeSpace, programa de parceria com startups de jornalismo e tecnologia. É uma espécie de incubadora de projetos. A ideia é que as empresas possam desenvolver produtos para e com a ajuda do NYTimes.
O jornal não é único a adotar essa tática para trazer mais inteligência para o dia a dia da publicação (ou pelo menos, minimizar a “fuga de cérebros”) .
Em Boston existe uma dessas iniciativas. O Boston Globe, principal jornal da região e que também pertence ao grupo do NYTimes, fechou, neste começo de ano, uma parceira com o MIT para injetar mais tecnologia no cotidiano da redação.
Estudantes do MIT Center for Civic Media, que está debaixo do mesmo chapéu do MIT Media Lab, trabalharão internamente no jornal como uma espécie de consultores, repensando e renovando os processos e as formas de monetização da publicação.
Além do contato com leitores, em troca da parceria, pesquisadores e estudantes do MIT terão um “acesso dedicado” à base de dados do jornal.
Do mesmo modo, a rede Turner, responsável pelo canal de notícias CNN, lançou, ainda no ano passado, uma incubadora de empresas iniciantes de tecnologia. A proposta é parecida, criar um fluxo contínuo de inovação e atrair talentos.
O que dá para perceber a partir de todas essas iniciativas é que as empresas de jornalismo americanas já sentem a falta de inteligência em seu dia a dia. Estão recorrendo às empresas iniciantes de tecnologia e mídia e às instituições de ensino focadas em inovação como uma forma de renovar e repensar seus processos de produção e monetização de conteúdo. É um caminho comum entre empresas americanas, mas será que ele poderá ser aplicado às empresas no Brasil?

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