Google reconhece risco das "bolhas de filtro"

Circula pelos principais blogs de mídia uma longa entrevista que Krishna Bharat, criador do Google News, concedeu para o evento IJ-7 Innovation Journalism, realizado na Universidade de Stanford, nos EUA.

Foi a primeira vez que um executivo da empresa de busca falou sobre o risco das “bolhas de filtro” – você começa a correr atrás do próprio rabo e a ler somente aquilo que lhe agrada e não causa ruído, restringido, desse modo, a sua visão de mundo e o seu papel como cidadão.

Bharat reconhece a existência dessas bolhas, mas acredita que não devemos condenar as ferramentas online de personalização de conteúdo.

Para o executivo, o ideal é um equilíbrio entre personalização e aleatoriedade das notícias. Desafio para desenvolvedores que ajustam os algoritmos de diversos buscadores e agregadores de notícias e uma das principais discussões na área – como os editores podem furar as “bolhas de filtro”?

O executivo se mostrou otimista em relação ao futuro do jornalismo (como ofício e negócio). Segundo ele, nos próximos anos, os negócios tendem a ser afetados por um conteúdo mais especializado, uso maior de plataformas de redes sociais, acesso pago, anúncios segmentados e novas formas de apresentação de conteúdo.

Vindo de um executivo da Google, as previsões acabam sendo um pouco conservadoras.

No recém-lançado The Forbes Model For Journalism In The Digital Age, Lewis DVorkin, diretor de produtos da Forbes, apresenta ideias mais inovadoras.

Para DVorkin, o futuro dos produtos da área de jornalismo passa por dar espaço igual a três vozes – jornalistas, a audiência em si e o comercial. Tudo isso acompanhado de maior valorização das “marcas pessoais” no jornalismo, uso de metodologias mais ágeis de produção e, principalmente, crescente cultura de dados, que, nas empresas no exterior, vem cada vez mais de baixo para cima.

Veja também: Fã primeiro, consumidor (leitor) depois

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