O modo como usamos uma tecnologia diz muito sobre a nossa saúde mental

O New York Times Sunday Review publicou um estudo do Departamento de Ciência e Tecnologia da Universidade de Missouri sobre o quanto a forma como utilizamos a internet reflete quem efetivamente somos. O nosso comportamento perante a internet é quase um retrato do nosso estado mental, seja ele bom ou ruim.

Por exemplo, se você abre diversas abas no navegador e não consegue se focar em nenhuma delas, é bem provável que isso seja reflexo de um alto grau de ansiedade pelo qual você está passando.

O interessante é que o estudo foi feito com o objetivo prático de desenvolver um software capaz de descobrir o nosso estado de espírito com base no nosso padrão de navegação na rede. A aplicação seria bem útil, principalmente para profissionais da área médica preocupados em monitorar a saúde mental dos pacientes.

Os pesquisadores da Universidade de Missouri não são os únicos a seguir esse caminho – o modo como usamos uma tecnologia diz muito sobre o nosso estado mental. O psicólogo Larry Rosen, professor da Universidade da Califórnia, pesquisa há 30 anos a “psicologia do uso das tecnologias”. Tomando por base os estudos de Rosen, a geração atual sofre de três maus: ansiedade, depressão e voyeurismo.

Esses sintomas se refletem na forma como lançamos mão das tecnologias – checar o email de forma compulsiva e postar inúmeras mensagens até ser notado por seus amigos nas redes sociais, utilizar as plataformas de redes sociais para checar, de modo inflexível, o que os outros andam fazendo.

Esses estudos invertem a questão. Não é a tecnologia que molda o nosso caráter, mas, o contrário, nós é que a modificamos. É, mais ou menos, como aquela frase: não é o Vale do Silício que está mudando o mundo, mas o mundo que está alterando o Vale do Silício. O fracassado IPO do Facebook é, em parte, reflexo disso.

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Crédito da foto: Bookgrl

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