A BBC Academy está realizando uma série de debates sobre o futuro da TV e da indústria de mídia.
Uma das perguntas é sobre qual perfil profissional a indústria de mídia está procurando no mercado.
Neste ponto, acredito que seja mais importante dominar conceitos do que técnicas. Quando comecei, falavam que para trabalhar com conteúdo e internet você tinha que saber mexer no programa FrontPage e entender de marcações HTML. Hoje, o FrontPage não existe mais, saiu de linha. E o HTML se mostra menos necessário com a infinidade de ferramentas de publicação que trazem quase tudo pronto. Ou seja, conceitos ficam, ferramentas vão e voltam.
Quando convidado para ajudar no processo seletivo de empresas de mídia, sempre fico mais atento para o aspecto da “bagagem conceitual” da pessoa do que para o domínio desta ou daquela técnica.
Segundo os executivos da BBC, em sua maioria envolvidos com tecnologias emergentes, estas são algumas das qualidades procuradas:
– Habilidade de liderar: precisamos de líderes e não de empregados
– Colaboração e flexibilidade
– Saber aplicar teoria à prática por meio de seus próprios conhecimentos (técnicas e tecnologias vão e voltam)
– Disposição de fazer uma fusão entre criatividade e competências técnicas
– Trazer para o ambiente de trabalho o modo como usa tecnologias em casa (consumerização)
– Capacidade de obter histórias de amigos, familiares e pessoas ao seu redor (não somente da mídia tradicional)
Somente faço reserva com a generalização da primeira qualidade. Às vezes, esse foco demais no perfil de liderança pode gerar equipes com muitos líderes, prejudicando uma normal execução. Ou seja, aquele problema – muitos caciques para poucos índios.
Interessante é a qualidade que incentiva a tendência da consumerização. Trazer para o ambiente de trabalho a maneira como utiliza tecnologias em casa, algo que gera desafios para o setor de TI de qualquer empresa.
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