Se fosse eleger um dos gadgets mais interessantes deste ano, com certeza, o Twine estaria na lista. Ele pode ser desajeitado, lembra mais uma pedra de sabão, contudo diz muito sobre onde estamos e para onde iremos.
O Twine é um aparelho que vem com sensores embutidos – termômetro e acelerômetro -, permitindo detectar mudanças de temperatura e vibrações em um ambiente e enviar mensagens via SMS, Twitter ou email.
Com o Twine, é possível monitorar quase tudo. Você pode configurá-lo para que ele envie um email quando alguém bater na porta da sua casa ou a máquina de lavar terminar de limpar as roupas. Devido à sua capacidade de detectar mudanças em um ambiente, o aparelhinho pode ser usado, por exemplo, para avisá-lo quando uma garagem começar a encher de água ou a umidade de um ambiente ficar muito baixa.
O que pesa a favor do Twine não é somente a sua utilidade, mas o seu preço e facilidade de uso – US$ 90 e você pode programá-lo em uma interface feita para quem não entende bulhufas de programação (imagem abaixo). É como um “Arduíno for Dummies“.
O Twine funciona com pilhas AAA e Wi-Fi e foi criado por dois estudantes do MIT Media Lab – David Carr e John Kestner com a missão de levar uma tecnologia para o mercado de massa.
Se a gente fosse classificar o Twine, talvez ele esteja naquela terceira fase de uma tecnologia – de comercialização, de levá-la para as massas. Carr e Kestner começaram uma campanha no KickStarter para, em 2012, tocar o projeto em escala comercial.
O aparelhinho evidencia para onde vamos junto com a internet.
A internet nasceu para ser “device agnostic“. Cada vez mais, ela pode estar conectada a qualquer dispositivo – tvs, smartphones, tablets, carros, laptops, video-games, roupas, móveis, brinquedos ou até a um aparelhinho que lembra uma pedra de sabão.
Com quase tudo conectado à internet e conversando entre si (o Twine faz a porta de sua casa conversar com o seu programa de email), imagina a quantidade de dados que será gerada. Não é à toa que especialistas falam que estamos no começo da “Era da Big Data“.
Porém, o Twine não é somente sobre dados. Ele reflete também o quanto as tecnologias de sensores farão ainda mais parte de nosso dia a dia, o que promete mudar não apenas o “quando”, mas o “como” e o “o que” de uma informação será entregue.
Com sensores embutidos de temperatura, localização, som e movimentos, os dispositivos tendem, cada vez mais, a se tornar editores de informação, influenciando o conteúdo que consumimos de acordo não somente com o tipo, mas também com as condições do ambiente onde estamos.
Enfim, conforme o pessoal do Occupy Wall Street gosta de falar – é apenas o começo.
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