Michio Kaku será palestrante na próxima edição da Campus Party Brasil, que acontecerá em fevereiro, em São Paulo. O cientista e professor da City College de Nova York é o pai do argumento de que, em menos de 10 anos, o Vale do Silício e toda a indústria de computação entrarão em colapso.
O fundamento dessa previsão é que a Lei de Moore, um dos princípios no qual a indústria de tecnologia tem se pautado nas últimas décadas, ficará obsoleta.
Ao contrário do que geralmente é publicado, a Lei de Moore não é uma lei física, mas sim uma teoria criada nos anos 60 por um engenheiro da Intel – Gordon Moore.
Segundo a teoria, o número de componentes nos chips dobra a cada 18 meses. Em outras palavras, a cada 18 meses, produtos com chips tendem a ficar cada vez mais baratos e melhores.
A teoria se baseia na premissa da miniaturização, que as estruturas dos chips têm a tendência de ficar cada vez menores e mais potentes.
Para Kaku, é nesse ponto que reside a falha da Lei de Moore. Uma hora, mais precisamente em 2020, ela entrará em colisão com as leis físicas, um bit de informação se resumirá a um átomo, o que irá impor um limite físico ao desenvolvimento dos computadores.
O argumento do cientista é direto e ratificado por outros tecnólogos. Em 2005, o próprio Moore questionou a validade da teoria que criara.
Kaku peca pelo alarmismo. Se o Vale do Silício for acabar um dia será bem mais por causa da inovação reversa e do crescimento das empresas de tecnologias fora dos EUA. Gigantes da tecnologia, como Intel e IBM, vêm investindo em pesquisas para fugir do fim da Lei de Moore.
Fora isso, é cada vez mais evidente que o futuro da computação passará bem mais por desenvolver algoritmos mais poderosos do que criar chips supervelozes. Mesmo que a Lei de Moore se mostre obsoleta, ela abrirá espaço para outros caminhos, como o do computador quântico.
De qualquer modo, será interessante se Kaku abordar o assunto na Campus Party. Uma oportunidade dos brasileiros conhecerem mais a fundo o trabalho do “cientista pop” que adora criar e questionar algumas ideias na área de tecnologia.
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