Segunda vida do Huffington Post

Pegou muita gente de surpresa. A AOL comprou o Huffington Post por US$ 315 milhões. Após a poeira baixar, surgiram os primeiros comentários.

Os interesses da AOL com a aquisição são claros – aumentar o seu inventário, adquirir uma fonte de pageviews e, o mais importante, trazer para si a equipe do HuffPost. Arianna Huffington, fundadora do portal, será responsável pelo departamento editorial da AOL.

Arianna terá a função de fazer na AOL o que ela fez no HuffPost e um pouco mais.

Para o Huffington Post, a aquisição traz um retorno de seus investimentos e abre possibilidades de expansão de suas operações (um suposto Huffington Post Brazil estaria a caminho).

A partir dessa compra dá para fazer várias leituras. A AOL está dando um sinal claro de que agora é uma empresa de conteúdo. O modelo dos agregadores de conteúdo não é tão vazio (afinal de contas, antes de tudo, o Huffington Post mais agrega do que produz conteúdo original). O momento político em que o Huffington Post cresceu estaria se esvaindo, por isso Arianna resolveu passar a bola em frente. Enfim, as leituras são muitas nos principais blogs de mídia.

Normalmente, o problema mais imediato de aquisições deste tipo são as diferenças de culturas. O HuffPo funciona quase que como uma startup. A AOL, por sua vez, é uma grande empresa, com anos de mercado.

Porém,  em verdade, AOL e HuffPo têm mais semelhanças do que diferenças. E isso foi o que, de certa forma, as aproximou.

Ambas, por exemplo, trabalham com a questão do jornalismo hiperlocal (o HuffPost tem uma parceria com o Foursquare. A AOL, por sua vez, desde 2010, tem ampliado a sua rede de noticiário local).

E o mais importante, as duas empresas são conhecidas por calcar as suas estratégias no chamado “jornalismo de indexação” – conceito de indexação e produção de conteúdo jornalístico pautada por dados de uso de sistemas de busca, como listas de termos mais buscados.

Uma espécie de estratégia que trata “SEO como modelo de negócios” – supervaloriza o tráfego vindo dos mecanismos de busca. Tipo de tráfego importante, mas que, é preciso ter em mente, não é indicativo de muita fidelidade, a pessoa entra em seu site, fica menos de um minuto e, bem provável, demora a retornar. É bem diferente de “criar audiência” – ter pessoas que sempre entram (muitas vezes tráfego direto), passam um bom tempo e depois retornam várias vezes.

Huffington Post é reflexo dos novos tempos. Independente do seu futuro, em sua 1ª fase, o Huffington Post ajudou a reforçar a premissa de que com o surgimento de uma nova plataforma ou dispositivo de distribuição de conteúdo, novas marcas nascem (e crescem rapidamente).

Em quase 6 anos, conseguiu construir um consistente nome no meio jornalístico quase do zero e o fez de forma bem rápida.

Nesse meio tempo, o portal tornou-se uma importante marca no jornalismo, posicionando-se ao lado de outras que estão há tantos anos no mercado, como NYTimes, USAToday e Time.

Agora começa uma nova fase, desta vez na AOL.

Veja também: O hype do Tumblr no jornalismo

2 respostas para “Segunda vida do Huffington Post”.

  1. […] This post was mentioned on Twitter by PrintLoja and Tuítando Tecnologia, 100%Tecnologia. 100%Tecnologia said: Segunda vida do Huffington Post http://goo.gl/fb/qgC17 […]

    Curtir

  2. […] no ano passado, a AOL comprou a Path, voltada a notícias locais, e, neste ano, levou para debaixo de seu chapéu o Huffington Post e a Outside.In, startup criada pelo escritor de cultura digital Steven […]

    Curtir

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados *