Na busca pelo desenvolvimento de um sistema de cobrança de conteúdo (paywall), previsto para entrar no ar em 2011, o NYTimes está contando com uma importante colaboradora – a Google.
Durante a UBS Media Conference, Martin Nisenholtz, diretor de operações digitais da publicação, afirmou que a empresa de busca vem cooperando nos detalhes do sistema que limitará a quantidade de artigos que poderão ser lidos de graça no site do NYTimes.
A Google já trabalha no desenvolvimento de um sistema de paywall, sendo que, desde 2008, para publicações que cobram por conteúdo, a empresa fornece a tecnologia “First Click Free“, que abre a possibilidade para que o usuário veja uma parte do conteúdo restrito.
Tecnologia que, diga-se de passagem, de solução passou a ser problema.
A “First Click Free” permite que um usuário vindo de um mecanismo de busca possa ler uma matéria de graça. A intenção é que o conteúdo do jornal não suma dos mecanismos de busca. E o leitor possa “experimentar” um pouco do que está debaixo do paywall.
O problema é que parte dos usuários está burlando essa regra.
Devido ao Google gerar automaticamente um “link gratuito” para o site com conteúdo pago, usuários pegam uma manchete do jornal, colam na busca do Google e assim acessam de graça outra matéria do jornal, além da que tinham lido antes.
A Google vem trabalhando junto ao NYTimes para evitar que esse tipo de coisa aconteça.
Vale lembrar que, diferente dos sistemas anteriores de pagamento por conteúdo, o critério para cobrança no NYTimes será o tipo de leitor (mais fiel; menos fiel) e não o tipo de conteúdo como tradicionalmente é feito (hardnews eu não cobro; conteúdo analítico/exclusivo eu cobro).
O NYTimes deixará de tratar igual os desiguais.
Quem mais usa o jornal pagará mais. Ou seja, o sistema de paywall afetará os “heavy users”, a base de usuários mais fiel da publicação, que, segundo o NYTimes, de uma forma ou outra pagaria ou estaria mais propensa a pagar pelo acesso.
Hoje essa base é estimada em 15% dos que acessam mensalmente o site da publicação.
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Crédito da foto: sarah sosiak

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