Nick Denton é o Rupert Murdoch dos blogs. É 8 ou 80, as pessoas gostam dele ou o detestam.
Quase tudo o que ele fala e escreve tem repercussão no setor de mídia.
Em 2003, fundou aquela que é considerada hoje uma das mais importantes redes de blogs, a Gawker Media, que tem debaixo de seu chapéu marcas como Gizmodo e Lifehacker.
Nesta semana, Denton publicou um post anunciando as mudanças na Gawker. As maiores modificações desde o surgimento da rede de blogs.
A mais crucial é a mudança da interface que quebrará com a ordem reversa cronológica de publicação, tão comum nos blogs (o texto mais recente sempre é o mais importante).
No novo layout, que está em beta.gawker, os editores definirão o que é mais importante. Porém, uma barra lateral indicará os últimos posts publicados.
A intenção com as mudanças é gerar mais receita com publicidade e permitir que os anunciantes possam escolher melhor ao lado de qual conteúdo seus anúncios serão exibidos.
Outro objetivo é emular a TV. Desde 2003, Denton bate na tecla de que a internet é muito parecida com a TV aberta. É mais uma plataforma de distribuição de conteúdo do que de comunicação. Grande parte do conteúdo publicado nela será gratuito e sustentado via receita com publicidade.
Essa ideia de Denton de que a internet é parecida com a TV se reflete na estética da nova interface e no novo modo de produção da rede de blogs.
Os blogs da Gawker Media terão grade de horário. De repente, uma hora do dia será dedicada a debater um assunto, com transmissão ao vivo com especialistas e posts especiais.
Além disso, o setor comercial da rede de blogs focará mais em anúncios no formato em vídeo. E semelhante ao novo layout do blog de um cara aí, a nova interface trabalhará com “elementos fixos”, como a barra lateral com campo de busca e últimos assuntos.
A web é, antes de tudo, um meio visual, segundo Denton.
Enquanto isso, na última edição da Fast Company, uma longa matéria sobre o BoingBoing revela que um dos blogs mais acessados no mundo foge, cada vez mais, da receita exclusivamente via publicidade. Uma loja online – BoingBoing Shop – com curadoria feita pelos próprios editores do blog promete ser uma fonte de receita mais fácil.
Diversificar as fontes de receita é a frase mais certa hoje em dia.
No livro Say Everything, de Scott Rosenberg, Mark Frauenfelder, cofundador do BoingBoing, conta que, apesar dos milhões de leitores diários e do crescimento da receita, o segredo do sucesso, ao contrário das ideias de Denton, está em manter o “não-profissionalismo”, atualizar o blog como se estivesse escrevendo para 40 ou 50 pessoas, as mesmas que acompanhavam o blog desde o início.
Para Frauenfelder, o BoingBoing é o jeito “caseiro” de produzir conteúdo que deu certo.
Para Denton, blog é um formato que precisa estar em constante transformação.
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Crédito da foto: Mathowie


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