Economist e o fim da universalidade da internet

Fazia tempo que a revista não dava tanto destaque a um assunto ligado à internet.

Matéria de capa da Economist destaca que a universalidade e a abertura da internet estão ameaçadas.

Governos autoritários estariam, cada vez mais, monitorando e restringindo o uso da internet; empresas, por sua vez, criando “produtos fechados” (aplicativos), e provedores de internet, favorecendo ou desfavorecendo um site ou um tipo de serviço.

A matéria é um pouco maniqueísta em alguns pontos e lembra a que foi capa da Wired. Ambas têm como pano de fundo a questão da neutralidade da internet.

A partir da leitura dela, lembrei de algumas coisas que comentei por aqui:

Aquele pensamento inquestionável de que a internet e as mídias digitais, por si só, são ferramentas democratizantes está cada vez mais caduco. Quem pesquisa ou acompanha essa área precisa ter em mente que essas ferramentas são neutras. Tanto podem ser usadas para restringir como para incentivar a liberdade de expressão

Estamos tão acostumados com o discurso de que a internet liberta as pessoas e derruba governos, que estranhamos vê-la ser utilizada como ferramenta militar e governamental.

Quem controla a infraestrutura da internet tem um grande poder nas mãos.

Veja também: Redes sociais se tornaram ferramentas de massa

9 respostas para “Economist e o fim da universalidade da internet”.

  1. É como você disse em um post sobre o livro "Gadget – Você não é um Aplicativo". Tudo está ficando cada vez mais pré-moldado e fechado, sem poder personzalizar. A informação que temos acesso é grande, mas estamos cada vez mais direcionados. Assim como estão pré-moldando os aplicativos e a forma de consumir conteúdo, estão estudando o público, por perfis, cachês, histórico, para delimitar mais ainda o tipo de conteúdo. Há pontos negativos e positivos nessa história toda.

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    1. Bem lembrado. E a crítica do Lanier é profunda, pois aborda a questão da criatividade individual.

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      1. Ninguém ainda viu ouviu ou imagina ou imaginou nada de tudo que vira pela nossa frente, e a internet terá as ferramentas, que tem todos nos como cérebro____Jamais terá um ou meia dúzia dominando como foi no passado uns dominando todos ____Chegara para ficar entre-nos um sistema operacional humano com atualizações automáticas instaladas dentro de nos, sem precisar de cirurgia, para isso funcionar expandindo a nossa mente ____

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  2. Discordo respeitosamente quando vc diz que a internet como ferramenta democratizante é um conceito caduco.
    Ao contrário, mais democrático impossível. Existem sites de todo tipo de opinião e posicionamento, diferente das TV's , por exemplo, que seguem todas uma mesma linha. Se vc não gostar de determinado site, vc tem opção de outros milhares. Este tipo de afirmação soa como uma tentativa de censura ou boicote à internet.

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    1. Justamente essa é a questão. Essa mesma internet que dá várias opções pode ser utilizada para crimes. Além disso, essa possibilidade de ter acesso a vários sites que seguem linhas diferentes não existe em países onde a internet é censurada. Pelo contrário, a internet é utilizada para reforçar uma visão.

      A respeito de uma mera crítica à internet soar como tentativa de censura ou boicote, recomendo a leitura do livro de Jaron Lanier http://bit.ly/drF5h1

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  3. as pessoas se incomodam demais com o jardim do vizinho em vez de cuidar do seu…

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  4. A internet nasceu controlada, visava primordialmente aplicações militares e de pesquisa e foi estendida ao grande publico pelo seu imenso potencial comercial. Nunca foi totalmente aberta e esse papo de "governos totalitários controlando a internet" é conversa mole para idiota dormir pois "icones" da democracia como EUA e Inglaterra nunca esconderam seus investimentos para manter a rede sob controle em seu país, isso é, trata-se de liberdade aparente pois eles sabem o conteúdo do tráfego e sua origem podendo agir quando desejarem e na forma que suas "democracias" melhor entenderem. Até em nossa república "tupininquim" as autoridades ja conseguem pleno acesso ao controle da internet decidindo quem pode ou não nela trafegar sob os mais variados argumentos que variam de desvio de conduta até atitude criminosa o que não vem ao caso pois o que está sendo comentado é o "final" da liberdade na rede e o que não começou não pode ter final.

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  5. O problema da ameaça à Universalidade da Internet não está nas empresas ou governos que querem fechar ou restringir acesso e conteúdo, mas sim nas pessoas que usam a Internet e irão pagar para ter conteúdo “privilegiado” por acharem que são especiais. Assim, vejo o perigo no fato das pessoas deixarem as coisas simplesmente acontecerem, como ocorre com a Google movendo-se para digitalizar todo o acervo de livros do mundo…Quem controla o conhecimento, controla tudo.

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