A Google tem, uma vez mais, seus passos questionados. Desta vez, pelo que é conhecido como “neutralidade das buscas” – da mesma forma que deve existir neutralidade no acesso e uso da infraestrutura da internet, o mesmo deve ocorrer no mercado de buscas.
Defensores da “neutralidade das buscas” focam em dois pontos. O primeiro deles – por agregar uma quantidade enorme e crucial de informações, os sistemas de buscas devem ser transparentes e abertos quanto às suas políticas (o que seria um verdadeiro tiro no pé da Google, pois a empresa seria obrigada a revelar os detalhes de seu algoritmo de busca).
E o segundo, diferente do que acontece atualmente, concentrações devem ser evitadas no mercado de buscas – segundo a Hitwise, o Google detém 71% do mercado nos EUA.
Independentemente de até onde vai a relevância desse movimento pela “neutralidade das buscas“, ele dá oportunidade para fazer duas observações:
1) A Google pode até não ser uma empresa de mídia, mas é vista como uma, no sentido de que queremos que ela tenha uma postura neutra, aberta e transparente. Em sua maioria, esperamos que, por exemplo, a Google tenha a mesma postura de um bom jornal, defenda valores democráticos (liberdade de expressão) e seja transparente, não seja “evil”.
Um exemplo dessa expectativa aconteceu durante o embate Google vs China. A expectativa era que a Google protegesse as informações do controle governamental.
2) As críticas à concentração são legítimas, mas é preciso levar em conta que a Google opera em um mercado sob o chamado efeitos de rede (economia de escala). Quanto mais um serviço é utilizado, mais valor há em usá-lo. Quanto mais pessoas utilizarem o Facebook e o Google, por exemplo, melhores eles ficam, mais sentido há em utilizá-los. Como consequência, um mercado deste tipo incuba concentrações. É natural que o forte fique mais forte e o fraco, mais fraco.
Contudo, isso não quer dizer que não há possibilidades dessa situação se inverter a qualquer momento.
Atualização em 15/07 – O NYTimes publicou um editorial a favor de que o governo dos EUA regulamente o sistema de busca da Google.
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