Minhas primeiras impressões sobre o Google Buzz

Apesar das comparações, o Google Buzz, novo produto da Google, não foi criado pela equipe do Google Wave. O Buzz, na realidade, foi desenvolvido pela turma do Jaiku, serviço de microblogging que a Google comprou em 2007 e que depois foi desativado.

Demorou 1 ano para ser desenvolvido.

É uma mistura do que Facebook, FriendFeed, Twitter e Foursquare já fazem.

Google Buzz é um complemento ao Gmail. Uma tentativa da Google de integrar e criar um fluxo de tudo o que você produz na rede em um único lugar. Neste sentido, é um pouco diferente do Google Wave, direcionado para criar conteúdo de forma colaborativa.

O Buzz é mais voltado para conversas e consumo de conteúdo. Mas vai um pouco além disso, tem uma proposta de misturar “social” com “mobile”. Na prática, é parecido com o FriendFeed ou o feed do Facebook, você segue e é seguido por outros usuários e pode comentar e acompanhar um fluxo constante do conteúdo produzido na web por essas pessoas.

Pelo que tenho percebido, o pessoal tem utilizado o Buzz de duas formas. Como um fórum de discussão, uma pessoa propõe um tópico e várias pessoas respondem, e/ou como um serviço de lifestreaming (reúne o que é publicado por uma pessoa no Flickr, Twitter, blog etc).

E justamente devido a funcionar como lifestreaming, algumas funções já fazem falta, como ter filtros de conteúdo (de repente, não quero visualizar os vídeos produzidos por uma pessoa que eu sigo) e um botão para republicar (retuitar) as mensagens.

Em relação a outros produtos de lifestreaming, não existe muita diferença. O fluxo do que você produz fica reunido em uma página e aberto a comentários (igual ao FriendFeed) e você pode integrar fotos, vídeos e o Twitter (igual ao Facebook e ao falecido Pownce).

Para mim, o grande atrativo do Buzz está na parte mobile. A versão para celular do Google Buzz tem uma função que permite que você visualize apenas as informações de pessoas que estão próximas a você. Ou seja, é bem útil quando você chega a uma cidade e quer saber o que as pessoas conversando, o que de mais interessante está acontecendo. No entanto, vale lembrar que o Outside.in, criado pelo escritor Steven Johnson, já faz isso há algum tempo.

O que achei irritante no Buzz foi a integração forçada com o Gmail, que no início não era possível desabilitar (no rodapé do Gmail, agora existe o link “turn off Buzz”).

Dessa forma, com a integração, automaticamente, a Google criou uma base de usuários para o produto. Você começa seguindo e sendo seguido por várias pessoas no serviço, contatos que você criou no Gmail e no Google Talk anteriormente.

Em resumo, o Google Buzz parece uma tentativa da Google de misturar social/lifestreaming com mobile e, de reboque, dar mais relevância ao Google Profile, produto que poucas pessoas utilizavam, e ao próprio Gmail (seria um posicionamento da Google ao possível Facebook Mail, que pretende integrar email com as funções da rede social?).

Por enquanto, para mim, o Buzz faz mais sentido com a integração com o celular.

Por isso que, tirando a parte mobile, não me interessou muito utilizar o novo serviço da Google. Já tenho lifestreaming com várias pessoas cadastradas e locais onde publicar/compartilhar/discutir conteúdo – blog e Twitter. Não vejo motivos para publicar conteúdo exclusivo lá.

Até por que sem filtros, por enquanto, o Buzz tem criado mais ruído do que informação para mim.

Porém, vale lembrar que, quase sempre, esses serviços são um bom exemplo do conceito de “efeito da rede” – o valor que um usuário dá a um produto depende de quantas outras pessoas o estão usando. O que é chato hoje pode ser legal depois que todo mundo começar a utilizar.

Veja também:
Minhas primeiras impressões sobre o Google Wave

14 respostas para “Minhas primeiras impressões sobre o Google Buzz”.

  1. Lembra Tiago quando o twitter começou a ser usado no Brasil. Eram apenas uma meia dúzia e o serviço era tachado como muito chato e inútil, depois virou febre. Lembro que você foi um dos primeiros a escrever sobre o twitter no Brasil e comecei a usar o serviço graças ao post. Efeito rede é isso mesmo.

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    1. É bem por aí. O Twitter é bom exemplo disso.

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      1. Na boa, mas não consegui ver a febre do twitter no Brasil.
        Muita gente entrou mas logo já abandonou sua conta imediatamente, sem um unico post…
        O Facebook por sua vez ja substituiu o Orkut, pelo menos a em algumas camadas sociais.

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  2. Será que o google acreditou naquele papo de que o e-mail vai morrer?

    MATEUS

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  3. viu isso? falha de segurança no Google Buzz
    http://www.businessinsider.com/warning-google-buz

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  4. Sinceramente não vi graça nesse Google Buzz.

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  5. Concordo com você, xará, parece que o Google Buzz acabou se tornando um aplicativo forçado. Não há nada de aparentemente 'revolucionário' para que mobilize os internautas a publicarem conteúdo exclusivo. Está mais para um lifestreaming mesmo.
    Mas devemos ficar atentos, pois o Buzz ainda é um recém-nascido.

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  6. […] Todos têm algo a dizer: será que ele é o Wave com os pés no chão? Pode ficar mais legal quando mais gente estiver usando? Quais são as falhas de […]

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  7. Inutil!
    Na minha opinião o Google pisou na bola. Já desativei o meu Bozzzta hj!
    Defino o Bozzzzzzzta com poucas palavras: Evolução mal concebia do Orkut, cópia fajuta do Twitter e substituto improvável do Facebook.
    Não dou 3 meses para este Buzzzzzzzzz cair no esquecimento.

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    1. olha gostei mais do Buzz que do orkut, facebook ou twitter.

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  8. […] Google Buzz ou Foursquare? O novo site “revolucionário” é o Chatroulette, um serviço de videochat. Você entra, não precisa fazer nenhum cadastro; liga a webcam e tem a possibilidade de se encontar de forma aleatória com qualquer pessoa. Não há moderação, não há filtros. […]

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