
Crédito da foto: poperotico
Acredito que a idéia de uma “rede social ao vivo e a cores” é a que melhor define a Campus Party. Até por que o melhor do evento é poder reencontrar, conversar e conhecer diversas pessoas, algumas que você conhece somente online.
E como em toda rede social, existe muita coisa bacana, novidades, gente interessante, mas também muita porcaria, muito ruído, gente sem noção e mais do mesmo. É o típico evento que você tem que saber filtrar, fazer uma “peneirada”.
O pior deste ano ficou por conta da acústica e do barulho excessivo – em certos momentos você não conseguia ouvir quase nada nos debates, internet com problemas no primeiro dia, falhas na segurança, e os shows que, em sua maioria, não agradaram aos campuseiros. Além disso, fez bastante falta aquele clima de novidade que existia na primeira Campus Party.

Crédito da foto: campuspartybr
Mais uma vez, um grande nome, Tim Berners-Lee, criador da web, marcou presença. Sua palestra não trouxe novidades, serviu mais para incentivar o pessoal, como se ele tivesse chegado lá para bater o martelo para o início das atividades. Nesse sentido, sua mensagem foi a de que “o controle agora está em suas mãos”.
Durante a coletiva de imprensa, ele falou melhor e levantou a questão de utilizar o celular como ferramenta para a inclusão digital.
O que chamou a minha atenção foi a quantidade de conteúdo multimídia sendo produzida. Se as transmissões ao vivo de vídeo durante a madrugada marcaram a Campus Party de 2008, neste ano o destaque foi a quantidade de vídeos gravada com celulares.
Cada coisa que aconteceu na Campus Party contou com diversos registros em vídeo (mais do que fotos em alguns casos). Pelo que percebi, o pessoal escreveu bem menos, tirou e produziu mais fotos e vídeos. Mesmo a imprensa se destacou por produzir bastante material audiovisual.
O site de tecnologia IDGNow!, por exemplo, utilizou a câmera The Flip para produzir alguns vídeos. Neste sentido, foi uma Campus Party mais multimídia que a primeira, no ano passado.
Mas vamos a “peneirada”, ao que achei melhor no evento:

Apresentação do projeto Adote um vereador
O jornalista Milton Jung (já entrevistado por este jornalista que vos escreve) apresentou, no espaço CBN, o projeto do qual é idealizador, o Adote um vereador.
A idéia é que a população fiscalize os políticos (vereadores) por meio de blogs e wikis. Pessoas escolhem um vereador, cadastram-se no site e se comprometem a fiscalizar as ações do vereador por todo o seu mandato (4 anos).
Não conhecia muito bem e achei o projeto bem relevante (já conta com uma boa participação). O projeto é bem focado, você não tem que fiscalizar todos os políticos, mas apenas um vereador.

Crédito da foto: manoel lemos
Campus Party Labs
Durante o evento, cerca de 40 projetos ligados ou não à web foram apresentados ao público. Todos passavam pela avaliação de uma banca formada por representantes de empresas de capital de risco (investidores) e gestores de negócios de diversas empresas do Brasil.
Por lá, conheci muitas pessoas e melhor os projetos – Ninui (site que cede espaço para que você monte a sua própria loja online, é como uma “Endossa online”), o T!V! (projeto ligado ao Videolog para criar a sua própria TV e mídia indoor), Localizador de Amigos (um aplicativo para o iPhone que permite encontrar amigos em um determinado espaço por meio de GPS e integração com redes sociais).
Foi a área onde passei mais tempo e que, acredito eu, mais entrou na idéia de colaboração – diversas pessoas de vários níveis profissionais e de experiência trocando idéias e mostrando coisas novas.

JurassicCamp – “causos” da internet no Brasil
Você acha que o Orkut é a primeira rede social do mundo? Nunca usou uma BBS? Nunca ouviu falar do videotexto da Telesp? Devia ter dado uma passada no JurassicCamp para aprender um pouco.
Foi o encontro que reuniu a “velha guarda” da internet no Brasil que estava presente na Campus Party. Até o Projeto Ciranda, da Embratel, do começo dos anos 80, foi citado. Para quem perdeu o bate-papo, o JurassicCamp conta com um grupo de discussão e hashtag especial no Twitter.

Crédito da foto: chris
WordCamp no Brasil em 2009?
No comecinho do antepenúltimo dia, aconteceu o esperado encontro da comunidade brasileira do WordPress. Um dos pontos citados é que possivelmente, em junho deste ano, aconteça uma WordCamp no Brasil (encontro que reúne desenvolvedores e usuários do WordPress) com a presença de Matt Mullenweg, criador da ferramenta de publicação de blogs.
No telão, foram mostrados vários cases, como o site do Ministério da Cultura e do Catraca Livre, que, eu não sabia, roda todo em WordPress.

Orelhão gratuito para os campuseiros
Durante a semana toda, no meio e próximo às bancadas havia de tudo, cientista vendendo líquido para resfriar o PC, um campuseiro tocando guitarra, outro vestido de Cristo, performance de dança do ventre, jogo de cartas e um… orelhão. Dois campuseiros disponibilizaram um telefone com ligações gratuitas até para o exterior. Tudo com tecnologia Voip, a mesma utilizada no Skype.
Acho que foi uma das intervenções que fez mais sucesso e bem pensada. Muita gente ali estava longe de casa e precisava se comunicar com parentes. Campuseiros aproveitaram para mandar aquele recado para a mãe, ligar para o amigo no exterior e até para pedir uma pizza (sim, eles entregavam lá no Centro de Exposições Imigrantes).
Sobre o debate que mediei na terça-feira, a respeito da influência das mídias sociais nos grandes sites de notícias. Um dos pontos levantados foi de que, hoje em dia, para as publicações “organizar as informações pode ser tão mais importante do que a própria geração do conteúdo”.
Um assunto bem importante no momento em que NYTimes e Washington Post começam a linkar até para a concorrência.
O Webinsider e o Máquina 2.0 têm um resumo do debate (depois escrevo um post com mais calma).
Crédito da foto acima: Máquina 2.0
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