
Na segunda-feira, participei como “twitter convidado” do programa Roda Viva, da TV Cultura. O entrevistado, no caso, foi o Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.
Eu dividi a bancada com a Ana Lúcia Araujo, do portal Limão, e o Ricardo Pereira, do blog Dinheirama
É a 2ª vez que participo do programa. Na primeira, em fevereiro, fui um dos entrevistadores do escritor americano Steven Johnson.
A idéia é que três usuários do Twitter sejam convidados a cada programa e utilizem a ferramenta de microblogging para publicar comentários sobre a entrevista e os bastidores.
Conforme o Pedro Markun comentou em seu blog, o objetivo é criar uma nova camada de informação.

Quando recebi o convite na semana passada, aceitei logo de cara, pois tinha curiosidade de saber quais eram as diferenças entre ser entrevistador e “comentarista do Twitter” no Roda Viva.
Como entrevistador, você fica mais focado em fazer perguntas e prestar atenção no convidado. Você não vê a entrevista como um todo.
Acontece o contrário quando você é “twitter convidado”, consegue ter uma visão melhor do todo, do andamento da entrevista, dos detalhes e tem a possibilidade de conversar via Twitter com as pessoas que estão do outro lado, em casa, assistindo ao programa. Porém, não pode fazer perguntas.
São experiências diferentes e válidas. Uma não substitui a outra.
Na segunda-feira, observei algumas coisas:
Acredito que “twittar” o que o entrevistado já está falando não faz muito sentido. Fica meio redundante, pois, pelo que percebi, quem está em casa fica com o olho no Twitter e na TV.
O negócio é fazer comentários em cima da entrevista, mais ou menos, como aconteceu no evento Intercon 2007, do iMasters, em São Paulo. Durante o andamento das palestras, as pessoas comentavam no Twitter as apresentações.

E mais – acredito que o grande lance dos twitters que estão no estúdio é justamente comentar os bastidores e os detalhes que quem está em casa não percebe – clima no estúdio, o que foi debatido no intervalo etc.
Comentar a entrevista em si, os twitters que estão em casa podem fazer isso. Aliás, acredito que o ideal seria que todos os usuários do Twitter pudessem comentar e fazer perguntas.
E um jornalista no estúdio teria a função de falar no ar ou passar em um GC na tela os melhores comentários feitos no Twitter.
O que eu percebo é que essa “nova camada de informação” foi criada, mas poderia ser integrada de forma mais efetiva ao programa. Enfim, acho que são detalhes que vão se ajustando aos poucos.
Essa experimentação da TV Cultura, claro, é ótima. Em tão pouco tempo, é uma empresa de mídia que conseguiu absover, sem pestanejar muito, uma nova ferramenta de comunicação.
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