O povo contra um player de vídeo

Bom, comecei a falar sobre o assunto, agora tenho que continuar. Depois de diversos protestos de usuários, abaixo-assinado e reclamações de provedores de internet, ontem aconteceram manifestações na porta da BBC contra o… BBC iPlayer, ele mesmo, o player de vídeos da BBC lançado recentemente.

A maior reclamação é que a emissora [remunerada com dinheiro público] gastou 130 milhões de libras e 4 anos para desenvolver um software [player de vídeo] que roda somente em computadores com Windows XP e ainda trabalha com o quase morto DRM.

Ou seja, a BBC criou um produto restritivo, não universal, e a população ficou com a sensação de dinheiro público jogado fora.

O caso ainda vai render bastante – é um abacaxi dos bons para a BBC descascar – mas já dá para tirar uma lição de tudo isso. Talvez sirva mais para o setor público. Utilizar DRM e softwares de código fechado não é a melhor opção para criar serviços universais [acessíveis a todos].

Ou melhor, a questão não é o software ser de código aberto ou fechado, mas ser acessível, que funcione em vários tipos de computadores e de sistemas operacionais. Essa preocupação é importante em qualquer setor, mais ainda no público, que tem a função de fornecer serviços universais.

Lançar um software nos moldes do BBC iPlayer [que roda somente em um sistema operacional] é como um governo construir um viaduto onde somente os carros de uma marca podem passar. Uma verdadeira lástima.

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